AFONSO RÉ LAU

Na passada quarta-feira, dia 13 de maio, o Lar de São José realizou testes de diagnóstico à Covid-19 aos 41 utentes. Os resultados, agora conhecidos, apanharam os responsáveis pela instituição e profissionais de saúde de surpresa. “Foi um balde de água fria para todos. Não estávamos a contar [com um cenário destes]”, assumem. 

Há, neste momento, 17 utentes do Lar de São José infetados com o novo coronavírus: 15 idosos que, numa primeira fase, tinham estado infetados e, mais tarde, tinham testado negativo, voltam agora a testar positivo para a Covid-19; e dois que, em diagnósticos anteriores, nunca tinham acusado a presença do novo coronavírus, mas, desta feita, apresentaram diagnósticos positivos.

Os números são avançados a’O ILHAVENSE por Paulo Edgar Ré, responsável pela gestão do Património dos Pobres da Paróquia da Ílhavo. “Nem nós [equipa técnica do Lar], nem a delegada de saúde, nem as enfermeiras que acompanham os nossos utentes conseguimos perceber”, admite Edgar, que garante nunca terem sido aligeirados os cuidados na instituição. “Mantivemos todas as contingências que tínhamos em prática durante o estado de emergência, a utilização exigente dos EPIs, o distanciamento, os circuitos diferenciados… Com receio de alguma recaída, mantivemos sempre a ‘rédea curta’”.

Desde o início do mês de maio, os utentes do Lar de São José encontram-se separados em três grupos: os negativos que sempre foram negativos [e que tinham regressado à instituição depois de um período de isolamento na antiga residencial Galera], os negativos que já foram positivos e os positivos que nunca deixaram de testar positivo. A cada grupo corresponde uma área e um grupo de cuidadores exclusivos. 

Paulo Edgar afirma que, “apesar de não terem sido feitos testes nesse sentido, estima-se que a carga viral, isto é, a força que a doença poderá ter, está muito mais fraca. No entanto, o que os testes realizados identificam é a presença do vírus independentemente da carga viral” e isso pode ajudar a explicar os atuais números. Além disso, acrescenta, “não temos nenhum utente com febre ou complicações respiratórias. Todos [os infetados] estão assintomáticos”.

Nas últimas semanas, o Lar de São José tinha vindo a partilhar mensagens de esperança, indiciando um progressivo regresso à possível normalidade. Paulo Edgar assegura que o discurso não vai mudar. “Nós damos muito valor à individualidade de cada pessoa. Cada utente tem uma personalidade diferente e a força de uns inspira e apoia os outros. Temos de dar a volta, apesar das adversidades”. 


Notícia corrigida às 17h10: ao contrário do que se disse na primeira versão, o número de utentes infetados no Lar de São José é de 17 e não os 22. Foi corrigido o texto e a descrição da partilha nas redes sociais.

Notícia a desenvolver na edição de 1 de junho d’O ILHAVENSE.

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