No passado dia 8 de Agosto, a Junta de Freguesia de S. Salvador promoveu as comemorações em honra de S. Salvador, padroeiro da cidade.
São bem conhecidas de todos, as Festas de Nossa Senhora do Pranto e do Senhor Jesus dos Navegantes que associam festejos laicos a cerimónias religiosas, durante as quais, a assídua presença de emigrantes e as ruas engalanadas evidenciam a grande devoção da população ilhavense a estes santos.
São Salvador, apesar de dar o nome à freguesia, não tinha associada qualquer festa ou evento de relevo.
Subitamente, a imagem e as festas em honra ao padroeiro da freguesia surgem no cartaz da Junta de freguesia.
Quisemos perceber e, para isso, questionámos João Campolargo, Presidente da Junta de freguesia de São Salvador.
«É evidente que, indo à história, apercebemo-nos de que S. Salvador não tinha nenhuma comemoração.» – diz-nos – «E a ideia nasce de uma comissão que estava a festejar o Nosso Senhor Jesus dos Navegantes em 2013/2014. O Comandante Pedro foi a primeira pessoa que me desafiou, a mim e ao Prior, a criarmos uma festa dedicada a S. Salvador. Não havia nenhum registo, apenas figurava na memória de algumas pessoas que esta festa pudesse ter sido comemorada com uma procissão noturna e não com uma diurna, como acontece com os outros santos. No entanto, nunca obtivemos dados históricos para avaliar isso.»
Refere também que quando foram fazer a avaliação da imagem existente na Igreja Matriz concluíram que “é obra de João de Ruão, famoso escultor do movimento renascentista português. Foi também ele que desenhou o Jardim da Manga, em Coimbra. A partir desta imagem e desta referência da escultura nacional, encontrou-se um ponto de partida para construir esta festa e fazer a reabilitação do Santo Padroeiro. Paralelamente, surge uma outra dificuldade: como é que se iria trazer uma imagem de pedra para a rua?”
A solução encontrada pelo Presidente da Junta e pelo seu executivo foi a de fazer uma nova escultura, em madeira. Nesse sentido, foram pedidos três orçamentos para três modelos diferentes. Novo problema surgiu uma vez que na Igreja não havia espaço ou condições para se guardar a nova imagem e a Junta de Freguesia, sendo laica, também não a devia expor.
Concluiu-se então que, a nova imagem de S. Salvador, deveria ficar à guarda da Junta de Freguesia, embora não exposta.
João Campolargo confessa: “ Não me importava nada de a expor, pois ela está mesmo muito bonita! Posteriormente, passará para o novo espaço dedicado à arte sacra que está a ser construído no sítio onde era o quartel dos bombeiros, junto à Igreja Matriz.
Reabilitar a estátua de pedra é também um desejo do Presidente da Junta, porém será preciso avaliar quanto custa, se há verba para tal ou se vai aparecer algum mecenas disposto a colaborar.
A Primeira Festa de São Salvador
Esta é a primeira vez, na história recente, que se celebrou uma festa em honra do santo que dá nome à freguesia. As celebrações começaram no dia 6 de agosto, com a bênção do santo na Junta de Freguesia e com uma missa em memória dos falecidos na freguesia que não puderam ter a cerimónia religiosa, acabando no dia 9 de agosto, com uma procissão automóvel e uma missa em honra do Padroeiro São Salvador.
Estava planeado para este ano existir uma festa para o São Salvador, com uma comemoração no Jardim Henriqueta Maia, com animação noturna e atividades para as pessoas.
«Estava tudo pensado para que a festa acontecesse e estamos todos motivados e com a forte convicção que em 2021 a festa acabe por acontecer com aquilo que estava planeado para acontecer e que foi adiado por conta da pandemia. Houve muita vontade e apoio do Prior para que esta cerimónia acontecesse e neste contexto da pandemia houve um cuidado e acompanhamento muito próximo e cuidadoso com todos aqueles que perderam familiares, por conta da celebração de missas e outros assuntos tão delicados.» – manifestando assim o Presidente a sua vontade para que o ano, por esta altura, já esteja reposta a normalidade nas nossas vidas.
A Feira dos 13 e o Pequeno Comércio
Uma das principais preocupações do Presidente da Junta é a Feira dos 13. A JFSS foi “a primeira” a fechar todos os espaços, por conta da pandemia, e também a preparar uma reabertura coletiva “com todos os autarcas do município”, onde uma resposta rápida e coordenada foram essenciais para a adaptação dos espaços a esta nova normalidade, para que o comercio local, feiras e mercados, pudessem voltar rapidamente à atividade. Atualmente, a Junta tem relação direta com mais de 200 comerciantes.