Poema e ilustração de Tiago Mendonça Oliveira
E se porventura o tempo parasse
Dentro de uma garrafa vazia
Se porventura o mundo mudasse
No silêncio da noite fria
Só na troca daquele olhar
Poderiam os dois sorrir
Sabendo que ao ficar
O mundo fariam ruir
Insignificante seria morrer
Naqueles belos negros cabelos
(brilhando)
Que ao de leve a percorrer
Arrepia a pele
Arrepia os pêlos
Insignificante seria morrer
Fixando o sorriso inocente
Que de inocente não mente
Mas leva o tempo dormente
Insignificante seria morrer
No meigo e subtil olhar
(paralisado no brilho)
Outrora, antes de me a trazer
Já me a tinha roubado o mar
Mas por certo morrer não quero
Vivendo agora o que sinto
Nem que o tempo pare
Nem que o mundo mude
Quero apenas a noite fria
Quero o silêncio
A fantasia
Quero os cabelos
O sorriso e o olhar
Quero tudo em plenitude
Pois se é isto amar
Aceito essa virtude.