Este sábado, dia 9 de março, às 16:30 horas, a Biblioteca Municipal de Ílhavo acolhe a apresentação do livro ‘Uma coelhinha chamada Rita’, de Zita Leal.
Rita é uma coelhinha feliz no seio de uma família de pelo branco. Um dia, por acidente, o seu pelo fica azul e a família rejeita-a. Rita é vítima de um preconceito ainda presente na sociedade. Será que o valor da Igualdade vencerá? Os temas “racismo, xenofobia” fazem parte do nosso mundo e a coelhinha Rita sentiu na pele a rejeição da própria família. O amor entre irmãos irá ultrapassar os preconceitos?
Zita Leal escreveu o seu primeiro livro infantojuvenil ‘Joana e o seu nome mágico’, em 2015. Publicou ‘Letras faladas’ e ‘Crónicas de trazer por casa’ em jornais regionais.
A apresentação do livro estará integrada na Hora do Conto, dirigida a famílias com crianças a partir dos 4 anos acompanhadas por um adulto.
Zita Leal
Nascida em Peniche, a 24 de julho de 1938, Zita Leal sempre teve uma postura inconformada perante a sociedade, considerando-se uma garota de nariz empinado, “arrapazada”, que dava a merenda a quem quisesse para, de seguida, “esgatanhar” o mesmo se o apanhasse a maltratar um amigo.
Aos cinco anos de idade foi viver para Aveiro, onde frequentou a Escola Primária da Vera Cruz. Prosseguiu os estudos no Liceu José Estêvão, dedicando grande parte do tempo às “teatradas”. O Liceu foi a sua “Escola de Amor ao outro”: a visita semanal aos mais carenciados, os berços entregues aos bebés nascidos “quase nas palhinhas”, visitas de amizade aos presos, foram ações que levou a cabo na sua juventude, constatando, hoje, que este aprender a solidariedade faz falta nas nossas Escolas.
Em 1958 mudou-se para Lisboa onde ingressou no Curso de Educadoras da Mocidade Portuguesa Feminina, adquirindo aí conhecimentos ligados às Artes, à Educação Física, à Ética e à Pedagogia, não se tendo, no entanto, desviado da esperança de viver numa sociedade fraterna, assumindo desde logo os seus ideais comunistas, que ainda hoje mantém.
A enorme aptidão para a Literatura levou Zita Leal a seguir o Curso de Português – Francês na Universidade de Aveiro e, mais tarde, obteve a Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Aberta. Lecionou nas Escolas Preparatórias de Ílhavo, Vagos, Mira, Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira, Arcos de Valdevez, Escolas Secundárias n.º 1 e José Estêvão (Aveiro) e, em final de carreira, na EB 2.3 da Gafanha da Nazaré.
Dedicou igualmente o seu tempo e saber à Formação Profissional, nomeadamente na Forpescas, com pescadores, peixeiras, manipuladoras fabris, empregadas de escritório, entre outros, partilhando assim 37 anos de vida com alunos de todas as idades.
Aposentada desde 2005, a sua ligação ao Ensino permanece viva: conta histórias, faz poesia com crianças, dramatizações nas Escolas. Nos últimos anos tem visitado semanalmente a EB 1 da Barra e continua a ser frequente vê-la declamar poesia no âmbito da Comemoração do Dia Mundial da Poesia pois pertencia à Associação Rota da Poesia e integra o Grupo Poético de Aveiro, colaborando regularmente nos eventos culturais realizados pelo Grupo.
Dona de um espírito aberto e empreendedor e de uma presença altiloquente, ainda hoje é evidente a paixão que nutre pelo ensino e por todas as crianças às quais reconhece ter tido o prazer de ensinar.
Aos filhos e netos pretende deixar aquele que considera o mais importante legado de todos, manifesto através da seguinte mensagem: “Vale a pena a vida. Espalhem o amor entre todos e serão felizes!”