A Câmara Municipal da Mealhada, a Administração do Porto de Aveiro e a Administração do Porto da Figueira da Foz já estão no terreno com o estudo dos modelos de negócio e de exploração da Plataforma Logística da Pampilhosa (PLP), comprometendo-se a apresentar o estudo prévio para esta estrutura já em março do próximo ano.
O Município da Mealhada e as administrações dos portos reuniram, recentemente, para dar arranque aos estudos e calendarizar as ações a levar a cabo em todo o processo, conhecidas que são as novas orientações da União Europeia para o desenvolvimento da Rede Transeuropeia de Transportes, que colocam a Plataforma Logística da Pampilhosa como Terminal Rodoferroviário Principal neste conjunto de infraestruturas e de gestão de transportes.
Esta vontade conjunta de reforçar a conectividade ferroviária com os portos e criar uma infraestrutura logística de qualidade na região Centro, levaram estas entidades a lançar o concurso para a elaboração deste estudo para a futura Plataforma, que será um dos equipamentos classificados como principais no país em matéria de distribuição e transporte de mercadorias.
Os trabalhos para o estudo, que já estão no terreno, integram a definição do modelo operacional da PLP, identificação e análise de benchmarking das plataformas logísticas ibéricas, estudo de mercado da PLP, proposta de estudo prévio, identificação e caraterização das infraestruturas e superestruturas a construir, definição do modelo de exploração, opções de financiamento e elaboração de estudos de viabilidade económico-financeira, entre outros. O processo deverá estar concluído em maio do próximo ano.
A construção de uma zona industrial contígua à Plataforma, a criação de um porto seco (estação aduaneira) e a possibilidade de expansão para Coimbra norte são algumas das opções a ter em conta nos estudos a serem feitos com stakeholders desta futura solução logística no concelho da Mealhada.
«Este projeto já se arrastava há muitos anos, sofreu várias alterações, mas de há dois anos a esta parte começou a ganhar força e uma nova dimensão. À nossa insistência juntaram-se agora as novas orientações da União Europeia e a vontade dos Portos de Aveiro e da Figueira da Foz para trilharem este projeto connosco», refere António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, apontando que «esta oportunidade é única para fazer vingar este projeto, colocando-o na agenda local, nacional e da Europa».
O autarca lembra que a PLP «encaixa-se perfeitamente nas metas da União Europeia quanto à redução das emissões líquidas de gases com efeito de estufa» e defende que «é vital para atingir essa meta a criação de portos secos, que privilegiam o transporte ferroviário, tirando o transporte de mercadorias das nossas estradas».
Eduardo Feio, presidente do conselho de Administração do Porto de Aveiro e do Porto da Figueira da Foz, reconhece o papel da Plataforma Logística da Pampilhosa como «fundamental para os dois portos, na perspetiva de aumento do seu hinterland, permitindo aumentar os serviços portuários e logísticos em toda a região Centro e potenciar a nossa posição em termos ibéricos».
Por outro lado, continua aquele responsável, «é fundamental também para cumprir os desígnios europeus na transferência modal do transporte rodoviário para ferroviário, contribuindo para a descarbonização, tornando-nos mais eficientes sem pôr em causa o sucesso da nossa economia».
Importa referir que no quadro da infraestrutura de transportes e aplicações telemáticas, bem como as medidas destinadas a promover a gestão e utilização eficientes dessa infraestrutura, o concelho da Mealhada, através daquela estrutura da Pampilhosa, faz parte do Corredor Atlântico da Rede Principal (core network), a concluir até 2030, com um total de nove corredores em toda a Europa.