O ilhavense Diogo Ferreira vai apresentar o conto ‘esta casa é para vender’ no próximo dia 28 de outubro, pelas 18:30 horas, no café Amizade, em Aveiro.
O conto de terror ‘esta casa é para vender’, o primeiro do autor a ser publicado, apresenta como personagem principal Gabriel, colocado perante duas realidades diferentes, a que ele conhece, junto dos pais, e outra que lhe é dada a conhecer com revelações deste e do outro mundo. Para além dos horrores que envolvem a enigmática família deste jovem, assistimos a uma trama com intenso cariz psicológico. Através da utilização de diálogos curtos, mas intensos, o autor evidencia a sua inclinação para o terror que justifica, afirmando: «Sempre fui amante do género. Lembro-me de, na adolescência, ser obcecado por Michael Myers, da saga ‘Halloween’, e por Pinhead, da saga ‘Hellraiser’ – e ainda sou. Escrevi sempre muito, mas sem conclusão à vista, e nunca chegava ao fim de nada, até este momento. Depois de uma tarde a ver filmes de terror, decidi com muita obstinação que ia começar na primeira palavra e terminar no último ponto final.»
Quanto ao que podemos esperar do conto, Diogo Ferreira refere: «Espero criar ansiedade em quem lê e que isso agarre, por mais paradoxal que pareça. Ansiedade é algo com que luto todos os dias desde que me lembro de existir e quero partilhá-la com outras pessoas. Descrever sofrimento também é algo que me fascina. Pode nem ser um sofrimento pessoal, mas um que já tenha visto, que já tenha ouvido falar ou que simplesmente inventei para se adequar à história – a mente leva-nos a sítios assombrosos e assombrados. Podem contar com uma narrativa mais psicológica do que gráfica.»
Sobre a opção de escrever um conto e não um género mais extenso, o autor afirma: «Gosto de ler contos e, por conseguinte, escrevê-los. Edgar Allan Poe é um excelente exemplo, mas também os contos vampíricos de Aleksei Tolstói e até ‘A Metamorfose’ de Kafka. Pretendo fixar-me no nicho do conto. As pessoas vivem muito atarefadas, já não desfrutam de um disco ou de um livro como antigamente, tudo tem de ser rápido. Junto o útil ao agradável: faço o que gosto e ofereço aquilo que uma vasta fatia pretende receber».
Diogo Ferreira promete ainda apresentar um novo conto, a «publicar algures em 2024», que já começou a escrever, com «menos elementos de terror, mas com muitos aspetos do fantástico mais negro, com lobisomens e curandeiros, e com uma narrativa pesarosa».
O currículo do autor inclui ainda o jornalismo musical, com a implementação da Metal Hammer em Portugal, que terminou em 2021 devido à pandemia e que havia sido precedida pela Ultraje Magazine, fundada, tal como a primeira, em colaboração com Joel Costa.