O cabeça de lista da Aliança Democrática por Aveiro defendeu ontem a abolição das portagens em redor da cidade de Aveiro. No final de uma visita ao concelho de Ílhavo, Emídio Sousa deu mesmo como «inacreditável» que o cabeça de lista do PS, sendo natural do distrito, tenha anunciado o fim do pagamento noutras regiões do país ignorando aquele caso.
«A cidade de Aveiro está cercada de portagens e de pórticos. Quando venho de Santa Maria da Feira ou de Ovar, via A1 ou A29, encontro três pórticos sucessivos à entrada da cidade», vincou Emídio Sousa, recordando que o cabeça de lista do PS disse, há dias, no debate com Luís Montenegro, que aboliria as portagens na Via do Infante, no Algarve, quando essa «é, precisamente, uma das grandes reivindicações da região pela qual concorre».
Para Emídio Sousa, é «inacreditável que o cabeça de lista do PS por Aveiro, que se diz um aveirense de gema, se tenha esquecido do que é importante para o dia a dia da sua terra, eliminando, pelo menos, um pórtico». O candidato da AD deu como «ideal» a eliminação dos três pórticos, embora admitindo que «pelo menos um teria de ser».
A saúde e a erosão costeira foram outros temas abordados na jornada dedicada a Ílhavo, nomeadamente na Gafanha da Nazaré, onde os problemas que são transversais ao distrito e ao país também se fazem sentir. Emídio Sousa anotou a «promessa antiga» de realização de obras no edifício da unidade de saúde familiar, prometendo lutar pela realização dessa «ambição da terra».
«A questão da saúde, quer na componente de médicos e enfermeiros de família, quer quanto ao edificado, é comum a todo o distrito. Em todos os sítios onde vamos ouvimos falar dos problemas da saúde. Ainda por cima, com uma população envelhecida, o que não deve ser um drama, pois o facto de durarmos mais anos significa uma vitória da civilização, mas a nossa sociedade tem de preparar-se para isso», atirou Emídio Sousa, enfatizando que «o PS recebeu um quadro em que havia cerca de 700 mil pessoas sem médico de família, enquanto quando ganharmos as eleições vamos receber um quadro com 1,7 milhões de pessoas nessa condição».
Estando num concelho de litoral, o cabeça de lista da AD manifestou preocupação pelo nível de erosão costeira, que é «um problema de Ílhavo mas extensivo a toda a costa do distrito, sendo um problema gravíssimo, porque a economia de concelhos como Ílhavo, Espinho, Ovar ou Vagos é muito relacionada com o mar», pelo que, como disse, coloca-se «um enorme desafio, não apenas porque a frente de mar tem um elevado número de negócios, mas também porque há muita gente a viver na zona costeira».
A estas questões, a candidata da AD indicada por Ílhavo, Margarida Alves, juntou a importância de «dar condições de habitação aos jovens e garantir-lhes emprego». Na sua opinião, «o distrito de Aveiro, em termos de investigação, por via da universidade, tem uma projeção internacional que deve ser potenciada, sem nos esquecermos do setor primário, nomeadamente na área das pescas e da agricultura, porque os investidores precisam, de facto, desse apoio e de um governo que olhe para eles».
Para Margarida Alves, é importante, por outro lado, «não esquecer o comércio tradicional, fundamental para a sobrevivência das pessoas, para quem temos de olhar de forma concreta, pois é assim que estamos na política, a olhar para as pessoas».