O grupo de investigação do Departamento de Química da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu sistemas tridimensionais de encapsulamento celular revestidos por uma membrana intrinsecamente bioativa, derivada de proteínas que compõem a membrana basal dos tecidos nativos. A UA submeteu o pedido nacional de patente para proteção desta tecnologia.
O grupo que desenvolveu a nova tecnologia, liderado por João Mano, professor e vice-diretor do CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro, é também constituído pela aluna de doutoramento da UA, Catarina Passos, e pela investigadora Sónia Patrício. O grupo de investigação sublinha as potencialidades desta tecnologia: «Estas microcápsulas são revestidas por nanocamadas de proteínas presentes nas membranas basais que suportam ou circundam muitos dos tecidos corporais, conferindo-lhes propriedades bioquímicas e biofísicas fisiologicamente relevantes para encapsulamento de células, fármacos e outros compostos bioativos e posterior aplicação em engenharia de tecidos e medicina regenerativa como biomateriais pro-angiogénicos injetáveis, dispositivos para rastreio de fármacos bem como plataformas de modelos de doenças».
Até ao momento, as funcionalidades de membranas compartimentalizadas estão maioritariamente limitadas aos materiais utilizados que são, na sua grande maioria, materiais bioinertes, o que dificulta o desempenho das funções celulares. Esta cápsulas aqui divulgadas são constituídas por proteínas constituintes das membranas basais nativas, pelo que representam um microambiente apropriado para regular as funções celulares ex-vivo e in-vitro, enquanto preservam as vantagens das microcápsulas convencionais, nomeadamente, resistência mecânica, funções de compartimentalização celular e permeabilidade a moléculas essenciais.
O desenvolvimento desta tecnologia foi apoiado pelo projeto MIMETic PTDC/BTM-MAT/31210/2017.
Esta tecnologia foi alvo de um pedido de patente nacional, sendo ainda possível proteção alargada desta tecnologia, em diferentes territórios.