Durante as férias de verão, um grupo de jovens do Centro Comunitário do CASCI desenvolveu o projeto ‘Papéis de Género: O Que Ainda Nos Divide?’, uma iniciativa que alia investigação, reflexão crítica e educação para a igualdade.
«Apesar dos avanços significativos rumo à igualdade de género, os estereótipos continuam a marcar presença no quotidiano dos jovens, influenciando as suas escolhas, relações e oportunidades. Foi precisamente essa realidade que os participantes decidiram explorar, com o objetivo de compreender como a sociedade atual continua a atribuir papéis distintos a homens e mulheres», informa o CASCI em comunicado.
Através de uma pesquisa aprofundada e da promoção do debate, este projeto procurou responder a questões como:
– Será que ainda se veem certas tarefas e responsabilidades como sendo “coisa de homem” ou “coisa de mulher”?
– Ou estaremos, finalmente, a adotar uma visão mais igualitária e partilhada entre os géneros?
Ao longo das sessões, os jovens foram convidados a refletir sobre a origem destas crenças e o impacto que têm nas suas vidas. Foram analisados fatores como o papel da família, da escola, dos meios de comunicação e das tradições culturais na construção dos estereótipos, bem como a forma como estas influências moldam, desde cedo, as aspirações profissionais, a divisão das tarefas domésticas, o desempenho escolar e a participação social e política.
«Mais do que diagnosticar o problema, o projeto promoveu uma reflexão crítica e ativa sobre as desigualdades persistentes, incentivando os participantes a pensar em formas de desconstruir preconceitos e construir um futuro mais justo e inclusivo», considera o CASCI.
Os jovens envolveram-se ativamente nesta iniciativa, começando por ir às ruas recolher diferentes perspetivas da comunidade sobre a temática em questão. Criaram também um questionário, que aplicaram junto dos seus grupos de pares, para compreender de forma mais aprofundada as opiniões e reflexões sobre o tema.
A partir da informação recolhida, desenvolveram uma peça de teatro que apresentaram em várias praias de Ílhavo, sensibilizando o público de forma criativa e envolvente.
Como complemento, produziram ainda um vídeo de sensibilização sobre os desafios de género enfrentados por homens e mulheres, divulgado nas redes sociais do CASCI, ampliando o alcance e o impacto da mensagem.
Brincar Sem Rótulos
‘Brincar sem Rótulos’ foi outro projeto desenvolvido por um grupo de jovens do Centro Comunitário do CASCI durante as férias de verão. Esta iniciativa foi criada com o objetivo de promover ambientes de brincadeira mais inclusivos, livres de preconceitos e estereótipos de género.
Através de campanhas de sensibilização, atividades educativas e ações comunitárias, o projeto convidou pais, crianças educadores e toda a sociedade a refletirem sobre a importância de permitir que as crianças brinquem de forma livre, explorando os brinquedos e as atividades que verdadeiramente despertam o seu interesse — independentemente do género.
«Na base do projeto está a convicção de que todos os brinquedos são ferramentas de aprendizagem e desenvolvimento. Limitar o acesso a eles com base em normas culturais ultrapassadas significa restringir o potencial de cada criança. A divisão entre “brinquedos de meninos” e “brinquedos de meninas” ainda persiste em muitas casas, escolas e espaços comerciais, reforçando ideias que acabam por limitar a empatia, a criatividade, a cooperação e a expressão emocional», informa o CASCI.
«’Brincar sem Rótulos’ procura desconstruir essas ideias, criando espaços de diálogo e transformação, liderados por jovens comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa e acolhedora. Ao incentivar a liberdade no brincar, o projeto defende o direito de todas as crianças a serem quem são — sem limites, sem julgamentos, sem rótulos», conclui.