Desenho de Maria Pericão

Armando Oliveira Pimentel, mestre de pintura e grande embaixador da fábrica da Vista Alegre, faleceu aos 90 anos. Natural de Vagos, foi em Ílhavo que viveu grande parte da sua vida.

Descende de uma família profundamente enraizada na Vista Alegre – os seus avós, assim como os seus pais trabalharam na fábrica em diversos setores -, acabou por fazer carreira na unidade fabril ilhavense, abraçando a profissão que faria dele o último mestre de pintura da Vista Alegre.

“Foi no dia 22 de março de 1942, com 12 anos de idade, que começou a aventura do futuro mestre da Vista Alegre, ingressando na Aula de Desenho tendo como professor o Sr. João Cazaux. Cedo se revelaram os seus invulgares dotes artísticos, e passado um ano ingressou como aprendiz na oficina de Pintura onde foi acompanhado pelo mestre Ângelo Chuva. Aos 18 anos foi oficialmente considerado ‘Aprendiz menor do 1º ano de pintor’ e começou a trabalhar com o seu grande mestre Palmiro Peixe”, recorda a autarquia ilhavense.

“Foi meteórica a sua carreira como pintor da Vista Alegre. Foi ele quem iniciou, em 1970, a técnica da pintura sobre biscuit que tornou possível uma autêntica revolução artística da pintura, pelo realismo que tal técnica permitia dar às peças. De 1970 a 1999 todos os lançamentos de séries especiais ou limitadas da Vista Alegre lhe passaram, direta ou indiretamente pelas mãos e que todos lhe mereceram a mais dedicada atenção e o maior empenho na qualidade da sua execução”, é, ainda, apontado.

Armando Pimentel esteve presente nas Feiras de Versalhes, Frankfurt e Hannover, e fez demonstrações de pintura ao vivo em Londres, Dallas, Boston, New York, Haway e Rio de Janeiro. Também em Portugal teve a oportunidade de revelar o seu talento como pintor na FIL, em Lisboa, em exposições realizadas na Póvoa de Varzim e Espinho e por ocasião da inauguração da nova Loja da V.A. no Chiado, em Lisboa.

Armando Pimentel pintou centenas de peças e todas constituem motivo de orgulho, sendo que algumas deixaram marcas na história. É o caso do serviço que o general Craveiro Lopes levou como presente à Rainha Isabel II, quando visitou a Grã-Bretanha em 1995. Bem como outro pedido executado a pedido da Câmara Municipal de Lisboa para servir no banquete oficial que o Presidente da República ofereceu à Rainha Isabel II.

O funeral realizou-se no dia 27 de janeiro.

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