No passado dia 20 de maio, a Câmara Municipal assinalou o Dia Europeu do Mar com a reabertura do Navio-Museu Santo André, ancorado no Jardim Oudinot, Gafanha da Nazaré, com a presença do Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa.
O presidente da Câmara, João Campolargo, salientou que se trata de “um dia particularmente feliz para o Município de Ílhavo, mas também para a região de Aveiro e para o país, na medida em que a requalificação do Navio-Museu Santo André representa a preservação da memória e a valorização da história de um território, de uma região e de um país”.
“Esta embarcação singular, para além de servir como um polo agregador de memórias de antigos tripulantes e de interação entre as comunidades piscatórias e de vários públicos, tem ainda o potencial de promover o estudo e a contemplação de património industrial. Temos aqui quase cinco décadas que contam não só a evolução produtiva da indústria das pescas do Atlântico Norte, como a história dos portugueses, de norte a sul do país, e das nossas pessoas e da nossa terra, que fizeram do mar a sua vida”, acrescentou.
O autarca aproveitou ainda a cerimónia para prestar “tributo a todos os que contribuíram para o legado herdado”, em particular “às pessoas da Gafanha da Nazaré, muitas delas provenientes do Minho e das Beiras, que com o seu árduo trabalho fizeram nascer o Porto de Aveiro, o Farol da Barra, os estaleiros da construção naval, as secas do bacalhau, as salinas e a plantação da mata da Gafanha”.
O Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, sublinhou que “Ílhavo sempre cuidou dos temas do mar” e que esta reabilitação foi um projeto levado a cabo para “preservar a identidade e a memória local e nacional”.
O novo Navio-Museu Santo André
Após uma obra de requalificação, o Navio-Museu Santo André reabriu as portas ao público no passado dia 21 de maio.
As novidades incluem um novo projeto museográfico que conta com novos espaços e recursos expositivos. O destaque vai para a casa das máquinas, que poderá ser visitada pela primeiras vez.
Esta foi a primeira grande intervenção desde que o Santo André passou a navio-museu, em 2001. A obra envolveu um investimento de 1,2 milhões, tendo a União Europeia financiado em 75%.
Construído em 1948, na Holanda, o Navio Santo André fez parte da frota portuguesa do bacalhau. Com 71,40 metros de comprimento e um porão com capacidade para 1200 toneladas de peixe, era considerado um dos melhores bacalhoeiros do seu tempo. A primeira viagem realizou-se a 27 de fevereiro de 1949 e levou a tripulação até à Terra Nova e Gronelândia. Navegou durante 48 anos.
Nos anos 80 do século passado, com as restrições à pesca que resultaram na redução da frota, o Santo André foi desmantelado em 1997. Em agosto de 2001, a embarcação iniciou um novo ciclo da sua vida, transformando-se num navio-museu com o objetivo de preservar a memória da pesca do bacalhau de arrasto.