Ílhavo dedicou 13 dias à comunidade sénior com a organização do Festival Cabelos Brancos, que decorreu de 12 a 24 de setembro, sob o mote “Identidade”.
Um pouco por todo o município, o festival proporcionou espetáculos, oficinas, conversas, exposições, atividades desportivas e passeios turísticos que, segundo a autarquia, “estimularam a capacidade criativa dos mais velhos e aumentaram o seu sentimento de pertença à comunidade”.
O evento foi desenvolvido para e pela comunidade sénior, em que 150 seniores tornaram-se realizadores e protagonistas de 40 iniciativas, como coros musicais, performances, criação de cenografia, entre outras ações.
O arranque aconteceu no Centro de Recursos Mãe do Redentor, na Colónia Agrícola, numa conversa sobre “As Práticas Artísticas na Pessoa Idosa”, que juntou cerca de 50 pessoas.
De 16 a 18, o festival instalou-se no Jardim Henriqueta Maia, que “ganhou uma nova vida com a cenografia desenvolvida pelas mãos dos próprios seniores”, adiantou a Câmara Municipal.
Um dos destaques foi a apresentação, no dia 17, do “Coro da Memória”, que resultou do trabalho desenvolvido ao longo de oito meses, por cerca de 80 seniores do município.
Nessa noite, o jardim encheu-se de público para assistir ao concerto de Herman José com a Banda dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo – Música Nova. A noite fechou com o DJ set de Maria Vai com Todas + Maior Idade, que, conforme sublinhou a Câmara, “levou ao rubro os mais resistentes, de diferentes gerações”.
Das atividades que decorreram no Jardim Henriqueta Maia, destaque ainda para a oficina “Jam Session a Tricotar”, com a comunidade Knit and Wine, que juntou cerca de 40 músicos e tricotadeiras num encontro informal, sempre com um copo de vinho na mão.
“Marias”, um percurso poético encenado por Jonathan Margarido, percorreu lugares inusitados, numa homenagem às mulheres. A performance decorreu nos dias 17 e 18, com lotação esgotada nas duas sessões.
Na segunda semana, o Festival Cabelos Brancos continuou com três passeios exclusivos a maiores de 65 anos, que, divididos por cinco dias, passaram por Anadia, Batalha, Viana do Castelo, Vila Praia de Âncora, Fátima e Nazaré. No total, o município proporcionou estas viagens a 900 pessoas.
Na reta final, houve ainda tempo para “A Hora do Conto”, com uma leitura relacionada com o Dia Mundial do Alzheimer, à qual se seguiu uma conversa com o psicólogo Nuno Craveiro sobre “Como explicar o Alzheimer a Crianças”. A iniciativa contou com a participação de 43 pessoas, maioritariamente crianças.
Também com uma vertente de educação ambiental, o festival promoveu a atividade “Lixo Aqui Não!”, numa ação de recolha de resíduos com a Brigada Verde da CERCIAV, que, no dia 23, juntou 20 pessoas para a recolha de lixo nas margens da ria, na Gafanha da Encarnação.
O festival Cabelos Brancos encerrou com a peça de teatro “E Tudo o Morto Levou”, com a atriz Marina Mota, na Fábrica das Ideias, Gafanha da Nazaré.
O presidente da Câmara, João Campolargo, referiu que o Festival Cabelos Brancos “é uma aposta da política de coesão social da Câmara Municipal de Ílhavo, nomeadamente ao nível do envelhecimento ativo e da criação de uma vida comunitária partilhada e significativa, em que todos são importantes e em que todos fazem parte”.
Por fim, realçou também que neste evento “as diferentes gerações cruzam-se e relacionam-se, porque só assim se consegue transformar a comunidade numa comunidade inclusiva e numa comunidade que se envolve e se compromete com os desafios concretos do presente”.