AFONSO RÉ LAU

A 2ª edição do Festival Cabelos Brancos decorrerá de 20 de setembro a 5 de outubro, um pouco por todo o município de Ílhavo. A sessão de apresentação deste evento teve lugar na Casa Gafanhoa, na Gafanha da Nazaré, e, tendo em conta o tema central desta edição, a escolha do local não podia ter sido mais acertada. “A Casa Gafanhoa é um espaço muito associado ao universo feminino”, explica Cristina Teixeira, do pelouro da Maior Idade da Câmara Municipal de Ílhavo. Este museu etnográfico municipal “remete-nos para as memórias de uma sociedade profundamente matriarcal e na qual era dado grande destaque ao papel da mulher”.

Também no Festival Cabelos Brancos 2019 a “Mulher” ilhavense será a principal protagonista. O intuito, diz Fátima Teles, vereadora da Câmara Municipal de Ílhavo com o pelouro da Maior Idade, é “elogiar o papel da mulher na comunidade, descobrindo-a como ser criativo, sábio e experiente”.

Para a vereadora, é fundamental “reforçar o formato do evento e dar-lhe consistência”. Assim, a edição deste ano mantém o conceito criado em 2018 e a divisão do festival em quatro vertentes: Arte, Mudança, Tradição e Trilhos.

O Festival arranca na manhã de 20 de setembro, no Jardim Henriqueta Maia, em Ílhavo, com a exposição itinerante “Mulheres de Ílhavo”, orientada pelo Centro de Documentação de Ílhavo. Este percurso artístico, que passa por algumas lojas do centro histórico da cidade, leva à descoberta das histórias de das mais ilustres mulheres ilhavenses.

Da parte da tarde, a partir das 17h00, há “Baile de Quimeras”, um projeto comunitário de teatro e dança, encenado por João Amorim e Helena Silva e que envolve cerca de 70 seniores. A performance terá lugar no Camarim Maria Ascensão, instalado no edifício dos antigos correios, onde a Rua Professor Pereira Teles encontra a Calçada Carlos Paião.

Este Camarim Maria Ascensão (e tudo o que por lá se vai passar) é uma das grandes novidades deste ano. Acolherá instalações multimédia, performances e exposições, das quais se destaca uma mostra de fotografia bordada e a instalação “Todos nós podemos ser Maria Ascensão”, com a curadoria do projeto Música Portuguesa a Gostar Dela Própria. O espaço foi batizado com o nome de uma importante figura ilhavense ligada ao teatro musical e de revista – Maria Ascensão – “uma voz inconfundível da nossa terra”, nas palavras de Fátima Teles.

Às 19h00, apresenta-se o projeto comunitário “Máscara”, inspirado no teatro musical e na ópera e que promete “invocar o lado místico e sensorial do mundo feminino, revelando a mulher como um ser enigmático e multifacetado”. A “Máscara” contará com a participação de 20 seniores ilhavenses, ensaiados por Jonathan Margarido e Luísa Silva, bem como com a Filarmónica dos Covões, de Coimbra.

A “Máscara” e o “Baile de Quimeras” – os dois projetos comunitários de maior envergadura desta edição do Festival Cabelos Brancos – voltam a apresentar-se no dia seguinte, 21 de setembro.

Ainda no dia 20, ao fim da tarde, propõe-se uma conversa com Lena d’Água, cantora que atuará nessa mesma noite, logo a seguir ao concerto do Orfeão de Vagos com António Bastos.

Lena d’Água, 63 anos, notabilizou-se no panorama musical português nos anos 80 e, agora, vem a Ílhavo apresentar “Desalmadamente” – o disco que marca o seu regresso aos palcos.

A noite termina na Calçada Carlos Paião, ao som das escolhas musicais da DJ Maria Vai Com Todas e dos seniores da Maior Idade.

(Leia na íntegra na edição em papel)

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