Cris Lopes, emigrante portuguesa de nova geração, reuniu em livro relatos de vida e histórias suas e de outros “millennials cidadãos do mundo” - DR

Cristiana Lopes é apenas uma entre muitos jovens portugueses que após terminarem o curso universitário cruzaram a fronteira. No seu caso, o destino foi o México, país que lhe deixou marcas indeléveis. Natural da Gafanha da Nazaré, esta jovem, de 30 anos, decidiu partilhar a sua experiência num livro e juntou à sua história a de mais quatro jovens – Cláudia Granada, Constança Santos, Daniel Nunes Vareta e Francisco Miguel Sousa.

Millenials, cidadãos do mundo, relatos da nova diáspora” é o título da obra que foi lançada no passado dia 15 de setembro, em Aveiro.

Acima de tudo, este é um livro dirigido a “todos os jovens portugueses emigrantes: para que se sintam identificados nestas histórias, para que saibam que não são os únicos e que é importante falar destas coisas”, destaca. Mas também se destina aos pais e familiares dos jovens emigrantes. “Para que percebam porque tomamos a decisão de viver longe do nosso país, muitas vezes sem estar relacionada com o salário, motivo principal de emigração das gerações anteriores. Porque chamamos ‘casa’ a um lugar longínquo e o dilema pessoal com que nos debatemos diariamente: como sentir saudades, mas ao mesmo tempo distanciar-nos e levar uma vida normal”, realça, ainda, a autora.

Cristina Lopes, ou Cris Lopes – conforme prefere ser tratada -, refere que este é um livro que também se dirige “aos que um dia querem sair do país”.
Objetivo? “Ajudá-los a tomar a sua decisão, seja qual for, ir ou ficar, para que leiam sobre como é viver noutro país, o que se ganha e o que se perde. Para que percebam que não é preciso ser-se um génio para emigrar e ter uma boa vida, um emprego de sonho e um salário três ou quatro vezes superior ao que se teria em Portugal”, especifica.

Nas páginas de “Millenials, cidadãos do mundo, relatos da nova diáspora”, Cris Lopes conta como foi partir, aos 22 anos, para a Cidade do México, onde acabou por ficar por cinco anos. Sonhou (e concretizou) com o regresso a Portugal, mas as coisas acabaram por não correr tão bem quanto esperaria. Está, agora, instalada em Madrid, Espanha.

“O meu regresso a Portugal parecia ter fracassado, mas tinha que viver essa experiência para perceber que a minha personalidade e maneira de trabalhar não se encaixam perfeitamente com a portuguesa”, relata. Tentou e falhou, mas tirou da sua mente a pergunta “e se um dia voltar a Portugal?”. “Precisava de voltar para compreender que eu tinha mudado, que já não era a mesma Cris que partira para o México cinco anos antes. Comecei a ver Portugal e os portugueses com outros olhos e a sentir-me estrangeira no meu próprio país”, confessa.

Cris Lopes sabe que há muitos emigrantes que, tal como ela, desejam voltar, “mas deparam-se com barreiras que os fazem pensar duas vezes, tais como o salário, a flexibilidade, os benefícios extra e o tipo de trabalho”. “É sempre uma decisão difícil de tomar, ganham-se umas coisas e perdem-se outras. Mas acho muito importante que Portugal acolha estes jovens que trazem novas maneiras de trabalhar, novas visões e nova energia às nossas empresas”, faz questão de vincar.

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