O Partido Socialista (PS) de Ílhavo, através do vereador Sérgio Lopes, desafiou a maioria liderada pelo movimento independente Unir para Fazer (UPF) a concretizar a mudança na governação da Câmara Municipal a que, segundo comunicado, “estão obrigados pelo resultado das eleições autárquicas de setembro de 2021, agora que está aprovado o Relatório e Contas de 2021”.
Sérgio Lopes diz que “que concluído o balanço do ciclo político anterior, o Relatório e Contas, e volvidos seis meses de mandato da atual maioria, termina o período de adaptação dos novéis eleitos e dissipa-se o álibi do desconhecimento da situação em que se encontra a Câmara”.
O vereador afirmou ainda que “o Relatório e Contas demonstra que a crise pandémica não foi um estorvo para a tesouraria da Câmara. Fruto da paralisação parcial ou total de muita da sua atividade e da falta de vontade política em redirecionar esses recursos para o apoio social e económico a famílias, associações e comerciantes, a Câmara regista há largos meses, de forma estrutural, saldos de tesouraria históricos que não são um bom indicador sobre a capacidade de atuação da autarquia”.
Assim, defendeu que “a capacidade orçamental da Câmara permite ao executivo municipal fazer mais” e admitiu que “o contexto internacional é exigente e terá impactos orçamentais que devem ser acautelados, mas essa situação não pode conduzir ao imobilismo”.
Alertou-se também que “as dificuldades que já são sentidas pelas famílias, empresas e associações exigem da Câmara um olhar atento e, no quadro das suas possibilidades e competências, o pertinente apoio”.
Para tal, o socialista defendeu “prioridade imediata” para a redução da taxa de IMI para o mínimo legal, apoio suplementar às associações, reforço do investimento na educação e saúde, designadamente na comparticipação do custo das famílias com creches, oferta dos manuais de apoio em todos os ciclos de ensino obrigatório, requalificação dos centros de saúde e criação de gabinete de medicina dentária nos centros de saúde.
O mesmo autarca recordou também que o saldo de gerência de mais de 4 milhões de euros resultante do exercício de 2021 “demonstra que há recursos financeiros para fazer mais e melhor” e apelou ao “debate sério sobre as opções de poupança em desperdícios fúteis para garantir, em alternativa, investimento na ação social e no apoio aos pequenos comerciantes”.