B Fachada retorna a Aveiro, onde não atua desde 2019, para um concerto onde se destacam os temas do seu álbum mais recente, ‘Rapazes e Raposas’, lançado em 2020, mas onde revisita álbuns que o eternizaram. Ao contrário do habitual a 17 de novembro, às 22 horas, na Casa do Estudante, no campus do Crasto (Universidade de Aveiro), , apresenta-se, não a solo, mas acompanhado pelo violinista Fernando Meireles, num concerto que se antevê raro e único.

Na música popular portuguesa do século XXI não há outra figura como B Fachada, o nome artístico de Bernardo Fachada, compositor, multi-instrumentista e produtor. Nascido em 1984, estudou música no Instituto Gregoriano de Lisboa e aprendeu piano. Mais tarde, frequentou a escola do Hot Clube de Portugal e, na Universidade, cursou Estudos Portugueses.

Na sua biografia conta-se que, desde 2007, entre formatos físico e digital, lançou cinco EP (destacando-se o remoto “Viola Braguesa”, uma reflexão sobre o conceito da tradição e suas traições, ou o split com as Pega Monstro, de 2015, em reflexo da amizade e acuidade estética), três mini álbuns charneira (“Há Festa na Moradia”, que teve edição física em vinil, “Deus, Pátria e Família”, que aparentou parar o país, e “O Fim”, com que anunciou uma pausa sabática) e sete registos de longa-duração (da discussão das “questões de moral associadas ao universo infanto-juvenil” de “B Fachada é Pra Meninos” ao “manifesto de pop batumada” que foi “Criôlo” passando pelo homónimo de 2014, criado com recurso a samples burilados, programações barrocas, batidas apátridas, chegando a “Rapazes e Raposas” em 2020).

Entre 2009 e 2012, ainda segundo a sua biografia, fez também parte da banda Diabo na Cruz, com a qual percorreu o país de lés a lés. Ainda em início de carreira, o realizador Tiago Pereira dedicou-lhe o documentário “Tradição Oral Contemporânea”. Com Minta e João Correia lançou uma versão integral do álbum “Os Sobreviventes”, de Sérgio Godinho, com quem já atuou ao vivo. Dividiu igualmente palcos com Dead Combo, Lula Pena, Manel Cruz, Manuela Azevedo, Márcia, Norberto Lobo, Nuno Prata ou Samuel Úria. Fez primeiras partes para Kurt Vile e Vashti Bunyan. Tocou ocasionalmente fora de portas.