‘Arqueologia do Pau-de-pontos do Moliceiro de Aveiro’, da autoria de Vitor Mendes, foi o trabalho vencedor da 6.ª edição do ‘Prémio de Estudos em Cultura do Mar Octávio Lixa Filgueiras’. O anúncio do vencedor do galardão aconteceu no passado sábado, dia 18, na sessão de abertura do Seminário: ‘Desafios do Mar Português’, no âmbito das comemorações do Dia Nacional do Mar.
Com um prémio que tem o valor pecuniário de 2.500 euros, o prémio destina-se a galardoar autores de dissertações académicas ou de trabalhos de investigação inéditos e realizados no âmbito da cultura marítima-fluvial, nomeadamente nas áreas da História Marítima, Arquitetura Naval, Antropologia Marítima, Arqueologia Subaquática, Patrimónios Marítimos e Museologia.
Vitor Mendes, natural de Lisboa, é licenciado em Antropologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Vive na Moita, e integra os quadros técnicos do Município da Moita, onde desenvolve trabalho no âmbito da história local e do património, em assuntos tão diversificados como o associativismo, tauromaquia, estudos sobre o republicanismo, a salicultura, a construção naval, a indústria têxtil, entre outros.
Tomou pela primeira vez contacto com a construção lagunar em 2008, através de carpinteiros pardilhoenses emigrados para Sarilhos Pequenos, Moita, onde ainda funciona um estaleiro naval, então na sequência de uma investigação sobre profissões tradicionais. Colaborou na organização do livro Estaleiro Naval do Gaio, de 2010, e é o autor do livro Estaleiro Naval de Sarilhos Pequenos, de 2013, livro este que lhe permitiu uma melhor perceção da carpintaria lagunar.
Voltaria a reaproximar-se da temática marítima em 2019, aprofundando o olhar sobre as técnicas de construção naval tradicionais que ainda mantêm pontos de contacto com as técnicas de construção naval quinhentista: a cércea e o graminho, no caso do Tejo, e o pau-de-pontos, no caso do moliceiro de Aveiro.