No centro de um escândalo de corrupção sem precedentes no regime espanhol, Mariano Rajoy foi apeado do poder, e com isso o PP passou a fazer parte da oposição em Espanha. Após deixar o cargo de presidente do governo – o mesmo que o nosso primeiro-ministro – Rajoy abandonou igualmente a liderança do seu partido. Pouco haveria a fazer, depois de uma decisão judicial que coloca em causa a sua organização partidária, pela opacidade, falta de transparência e utilização de mecanismos internos que promoveram e ajudaram a difundir uma ideia de troca de favores, que em última análise permitiu que a corrupção grassasse até ao ponto em que não foi mais possível manter as aparências.

A sentença do Partido Popular

A condenação judicial que levou a penas de prisão efetiva vários membros destacados do partido foi a gota de água que fez transbordar o copo e permitiu à oposição unir-se em torno de um objetivo comum: afastar do poder um partido condenado. A decisão de sentenciar o Partido Popular ao pagamento de uma multa de 245 mil euros é só a cereja no topo do bolo que abalou os alicerces da democracia espanhola. Mas ainda assim, a obtenção de uma maioria parlamentar numa democracia representativa, permitiu encontrar uma solução de governo que, não sendo definitiva, permitiu que não se tenha qualquer vazio de poder.

Pedro Sánchez do PSOE tentará constituir governo

A primeira moção de censura a provocar a queda de governo permitiu a Pedro Sánchez chegar ao mais alto cargo executivo do país vizinho. O líder do PSOE tentará, agora, a constituição de um governo com militantes do seu partido e independentes, que seja coeso, pequeno e funcional para colocar em execução um orçamento de Estado que não é o seu.

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