Por John Phelan - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=30577096

A este título já comprido, teremos que lhe aumentar a partir deste ano, “e da Defesa Nacional”. Provavelmente, daqui a mais algum tempo bastará escrever o título e… a crónica fica feita sem mais conversa.

Como é do conhecimento de todos, o Senhor Presidente da República de Portugal andou por estes lados da costa Leste da América, esteve em Boston, Providence e New Bedford. É evidente que vir de Providence para New Bedford e não parar em Fall-River virou quase escândalo nacional já que esta cidade povoada de Portugueses fica exatamente a meio do percurso, sem que seja necessário fazer qualquer desvio para lá entrar. Então e sabendo disso, até porque o Senhor Presidente sabe tudo (já era assim no tempo de comentador da televisão), resolveu ir a Portugal tratar de uns assuntos (marchas do Santo António) e voltar no fim do mês para cumprimentar o Presidente Donald Trump, pois deve de estar cheio de saudades dele, resolvendo, entretanto, visitar a tal comunidade de Fall-River que se encontrava decepcionada. Depois, volta a Portugal mais uma vez e regressará novamente para satisfazer os Portugas da Califórnia, mais lá para as margens do Pacífico. Ora digam lá se isto não é um óptimo roteiro turístico para manter o Senhor Presidente em forma e pelo meio passar umas férias em Pedrógão e talvez em Castanheira de Pêra que tem lá um resort maravilhoso com ondas de mar que até dão para fazer surf!…

Posto isto e, não vale a pena começarem já a mandar vir comigo porque para isso já me basta a mulher e o Director do jornal, tenho que chegar à conclusão que: os portugueses em Portugal estão fartos de ouvir discursos e promessas de políticos, então aproveitam o feriado do Dia de Portugal e, como diria o nosso querido e saudoso Carlos Paião, “vamos lá cambada, todos à molhada, muitos feriados festejar, a banhos na praia, e o resultado, cá estamos nós para os aturar”.

Somos um povo saudosista, especialmente fora da nossa terra. Então quando aparece alguém com cargos políticos em Portugal com um caderno cheio de promessas mesmo que já muito amarrotado, quase toda a gente se junta, alguns em excursões pagas do seu bolso, não é como antigamente que as câmaras pagavam para levarem os tolos a Lisboa fazer festa ao Salazar, com um farnel e de garrafão na mão que era uma festa… E isto vai-se repetindo, mesmo que muitos nem saibam quem são as pessoas em causa, que cargos ocupam, ou até o que terão feito por Portugal ao longo dos seus mandatos. Dão-se uns louvores, distribuem-se uns papéis elogiosos a que chamam certificados, comem-se umas jantaradas de lavagante que sempre dá mais fartura que a lagosta, dão-se umas beijocas, (ainda gostava de saber quantos banhos por dia toma o Senhor Presidente para lavar todas as bactérias) mais umas fotos de sorrisos alargados e viva Portugal que é a “palavra de ordem” nestas festividades.

Aqui no meu canto desta América que eu amo, vou verificando toda esta correria política e, naturalmente respeitando os comportamentos, estando eu ou não de acordo com o que se vai passando. Por exemplo:

O Senhor Presidente da República Portuguesa voltar à América depois de cá ter estado vários dias para vir ao beija-mão ao Senhor Presidente Donald Trump, com mais uma comitiva de gente à sua volta, para mim não faz sentido nenhum, a não ser para obrigar o Zé Povinho a pagar mais uma despesa ou só para calar a boca ao pessoal de Fall-River. Se S/Ex. vai cá voltar lá para Novembro, segundo percebi, não precisaria de cá voltar agora e pouparia mais uns trocos. Juízo teve o Primeiro Ministro. Deu uma saltada à Califórnia onde arranjou trabalho para umas centenas de Portugueses em empresas de alta tecnologia, convidou ao investimento, e anunciou, já para o ano, a ligação pela TAP entre São Francisco e Lisboa em voo direto. Foi a melhor novidade para aqueles que ainda estão ligados a Portugal e um verdadeiro investimento turístico. Também quero dizer com isto que, quando o Senhor Presidente da República cá voltar em Novembro para ir à Califórnia à procura de Portugueses, já nada terá para oferecer a não ser visitar o Vale de São Joaquim para ver ordenhar as vacas, ou visitar o “rei da batata doce”, que também é português, ou ainda ver a ganadaria de outros portugueses que até são irmãos e sócios para além de serem os donos das touradas à portuguesa lá por aquelas bandas. Mas atenção Senhor P.R. a chamada “raia miúda que trabalha para outros, não se pode dar ao luxo de largar o trabalho para tirar selfies com o Senhor Presidente…

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