Alguém na Câmara Municipal de Ílhavo (Engº. Rabaça ?) viu/ouviu mais longe e proporcionou, no passado dia 23 de Junho, num cenário deslumbrante (Aquários dos Bacalhaus) um concerto do grupo Ilhavense Cantus Firmus. Foi aproximadamente hora e meia de boa música para quem pôs os pés ao caminho e foi até ao Museu Marítimo.
Há uns dois ou três anos tínhamos escrito neste nosso jornal que este grupo era um nome a fixar, não vos enganámos.
Não são mais um grupo para três ou quatro músicas. Estão já noutra dimensão. Musicalmente atingiram um nível de grande categoria. São capazes de um concerto de hora e meia, como o que assistimos de grande qualidade. Tenham eles a hipótese de fazer concertos e chegarão muito mais longe.
Das muitas músicas apresentadas realçamos “Chamar a música” popularizada por Sara Tavares, com um arranjo de muito bom gosto destes meninos. O refrão cantado a duas vozes não foi uma boa solução mas também daí não veio mal ao mundo.
“O Sr. Extra-terrestre” de Carlos Paião foi um momento divertido e bem conseguido pela interligação com o público presente. “A Cinderela” também do nosso Carlos Paião, arrancou lágrimas em alguns dos assistentes. Momento muito emotivo até pelo arranjo que eles apresentaram.
O momento mais alto foi sem dúvida “A canção do mar”. Arranjo fabuloso, muito bem cantado e melhor tocado, até os bacalhaus por detrás deles desaceleraram e vogavam de mansinho a olhar para todos nós, até parece que estavam a ouvir a música. Dava um vídeo maravilhoso. Se mais não fosse só por esta versão da canção do mar valia a pena ter ido ao Museu.
Um reparo: não se diz vamos cantar uma música com o nosso cunho pessoal, diz-se vamos cantar uma música com arranjo da nossa autoria.
E já agora só faltou a apresentação dos elementos do grupo. Deviam rever estes dois pequenos lapsos.
É também assim que se faz cultura na nossa terra e que se promovem os nossos artistas que têm valor acima da média.