Bateira Labrega passa a integrar exposição permanente do MMI

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A Câmara Municipal de Ílhavo (CMI) anunciou oficialmente a integração da Bateira Labrega na exposição permanente do Museu Marítimo de Ílhavo (MMI), congratulando-se a actual coleção.

No ano em que o Museu Marítimo de Ílhavo celebra o seu 81.º aniversário, o seu espólio fica mais enriquecido, testemunhando a forte ligação dos Ílhavos ao Mar e à Ria de Aveiro.

A embarcação lagunar foi uma oferta da Associação dos Amigos do Museu de Ílhavo (AMI), aquando das comemorações do 81º Aniversário do MMI a 8 de agosto.

Foi construída pelo Mestre António Esteves de Pardilhó. Para a autarquia, a Sala da Ria do Museu fica agora “mais apetrechada na missão patrimonial de salvaguarda de mais uma embarcação lagunar prestes a desaparecer.”

As coleções do Museu foram também enriquecidas com algumas doações e aquisições, das quais se destacam o desenho “A Despedida” que integrou a exposição “História Trágico Marítima” e foi oferecido pela autora Maria Gabriel, a miniatura de embarcação vencedora do IV Concurso de Nautimodelismo, uma Canoa da Picada, da autoria de Paulo Agra, e um compasso de dóri oferecido por Éric Pages. Também as herdeiras do Professor Mário Ruivo e do Capitão de Mar e Guerra José Emílio Santos Pinto Pereira ofereceram ao Museu as suas coleções de slides e de fotografias, respetivamente, resultados de algumas campanhas que fizeram na pesca do bacalhau.

Em nota de imprensa, a CMI destaca o Museu Marítimo de Ílhavo como um “museu singular, mantendo a sua missão em preservar a memória do trabalho no mar, promover a cultura e a identidade marítima dos portugueses.”

Bateira Labrega

“Tosca, mas airosa, embreada a negro, e de bica de proa caracteristicamente levantada, menos atrevida que a do chinchorro, foi construída pelo «mestre de primeira água» António Esteves, de Pardilhó.

Com um comprimento de 8,40 m, boca 1,82 m, pontal com 0,53 m e 14 cavernas, navegava a remos, à vara ou à vela e dedicava-se à antiga, singular e engenhosa «arte do salto», para a tainha. Depois da vela bastarda, aderiu à moda da vela latina quadrangular, auxiliada, por um pequeno leme de xarolo, de cabeça direita, tipo mercantel.

Sobretudo característica da Murtosa, expandiu-se pelo país, através da diáspora de gentes da região – para sul, integrando-se na «saga dos avieiros» no Tejo, e mesmo até Setúbal, no Sado e, para norte, até à Afurada, chegando a decorar-nos também por aqui, o canal de Mira, na Costa Nova, em tempos idos.”

Ana Maria Lopes (adaptado)

Blog: Marintimidades 7 de agosto de 2018

 

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