Este ano não podemos comemorar o Feriado Municipal de Ílhavo, com a sessão solene que dá voz aos Partidos Políticos que representam os Munícipes na Assembleia Municipal.
A crise pandémica que nos impede de reunirmos, de nos abraçarmos em exaltação da nossa terra milenar, é um evento totalmente inesperado que coloca à prova a nossa vocação comunitária. COMUNIDADE será depois da Covid-19 a palavra mais referida em qualquer motor de busca, estou convicto. Porque é a solução para ultrapassar as dificuldades de um ano que tanto prometia.
As constantes exigências de “menos Estado” na economia ou na saúde, proclamadas por liberais de circunstância, inverteram-se quando, confrontados com uma crise sem precedentes, nos refugiamos no porto de abrigo que é o SNS e clamamos por um “Estado protetor” e assistencial.
A pandemia não vitima apenas aqueles que agonizam nas camas dos hospitais, mas também os que sofrem os efeitos económicos da suspensão das atividades.
A crise económica que, por abrupta, não permite uma adaptação estrutural, necessita de rápidas reações. Não sairemos de uma crise desta dimensão como entrámos. Seguramente viveremos desigualdades sociais mais acentuadas e o desafio de as atenuar só se enfrenta com uma Europa verdadeiramente solidária.
É tempo de mudanças de paradigmas da governação. Tempo de reinventar o modelo do mundo, do país, do concelho e… do nosso lar.
Chegaram tempos de medidas disruptivas, com diferentes práticas empresariais. Tempo de diversificar sectores de atividade e modelos de desenvolvimento. O fim da até agora incontestada globalização, dos seus pressupostos e benefícios maiores em que tantos acreditávamos.
Esta inevitabilidade exige de todos nós – com a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia na linha da frente – o maior esforço da nossa história contemporânea de apoio aos mais desfavorecidos social e economicamente, de reerguimento dos nossos negócios.
O Partido Socialista tem a convicção de que a nossa comunidade sairá desta terrível circunstância mais unida e resiliente, focada naquilo que é prioritário.
Até lá, cumpre-nos garantir que esta crise sanitária dura o menos tempo possível. Honremos todos aqueles que já partiram, o esforço dos nossos profissionais de saúde e os demais agentes da proteção civil, os professores que reinventaram da noite para o dia os métodos de ensino, os trabalhadores do setor social, os que todos os dias fazem a gestão do lixo que produzimos, os que transportam e distribuem os nossos alimentos e outros tantos que continuam nas fábricas a manter a economia possível. Para tanto, é fundamental que todos quantos possam fiquem em casa.
Abril, não é coincidência ser em Abril, tempo de nos reinventarmos, tempo de liberdade, da minha, da nossa, de todos! Viva Ílhavo!