São muitos os académicos que têm trabalhado as questões das lideranças, da democracia e dos seus inimigos, da forma como estruturamos a sociedade e de como ela, no seu conjunto, se reflete nas tais lideranças, na representação parlamentar, nas tomadas de poder em situações excecionais, levando a que as instituições formais tenham de se adaptar perante as mudanças que não conseguiram antecipar. Assim é começando pelo Estado, passando pela generalidade das organizações sociais e desportivas que coabitam entre si em estreita interdependência, e terminando em tão pequenas estruturas como as sempre complicadas assembleias de condomínio.

Hannah Arendt referia-se, no seu livro As Origens do Totalitarismo, aos perigos da manipulação das massas com vista à instauração de regimes mais do que ditatoriais, totalitários, e que George Orwell tão bem ilustrou em 1984. Lembrei-me destes textos depois de ter visto as imagens de Bruno de Carvalho a chegar ao local de votação que concretizou a sua destituição do mais alto cargo que alguma vez terá ocupado. Já nestas linhas me referi à matriz profundamente populista e, por essa via, perigosa, que o agora destituído presidente do SCP decidiu criar no âmbito dos seus mandatos. Um pouco na esteira – com as devidas diferenças formais e institucionais – daquilo que Trump tem feito nos EUA. O próprio Bruno de Carvalho terá confidenciado isso mesmo a apoiantes que, entretanto, deixaram de o ser.

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