Por Paulo Costa, professor do ensino superior

O Ilhavense comemora, a 20 de novembro, o seu 101.º aniversário. Tal como acontece na nossa vida, estes são sempre momentos especiais, em que, com aqueles de quem mais gostamos, celebramos mais um ano, revisitamos o passado e perspetivamos o futuro.

Cumpre-me, por isso, agradecendo desde logo o honroso convite feito pela diretora d’O Ilhavense, felicitar, na sua pessoa, o jornal pelo seu 101.º aniversário, mas também na de cada um dos membros da equipa e, claro, nos seus leitores. Esta felicitação estende-se igualmente a quem, ao longo deste percurso, conseguiu, com o seu trabalho e dedicação, tantas vezes de forma anónima, apoiar e alimentar este projeto que, por mérito próprio, se tornou numa marca incontornável não apenas do concelho de Ílhavo, mas também da região e da imprensa local e regional.

Este estatuto d’O Ilhavense confere-lhe naturalmente, para além da merecida notoriedade, um papel de grande responsabilidade. Sempre acreditei que a saúde democrática de um país ou concelho se mede também, ou talvez sobretudo, pela vitalidade e independência da sua comunicação social. Não deixa por isso de ser paradoxal que, quando tanto se fala em regionalização e descentralização, por se entender (e bem) que é o poder local que melhor conhece as reais necessidades das populações e que melhor pode implementar com sucesso “políticas de proximidade”, não se dê, na minha opinião, o devido apoio e atenção à comunicação social local e regional. É ela que melhor poderá praticar “jornalismo de proximidade”, informando, sensibilizando e alertando para tudo o que de bom, mas também de menos bom, acontece em cada freguesia ou concelho, mesmo sabendo que tal postura de liberdade, rigor e isenção poderá causar desagrado. E é também ela que, de forma insubstituível, fortalece o sentido de comunidade, mantendo todos aqueles que, fisicamente distantes, se mantêm assim ligados à sua terra.Julgo por isso, caros(as) leitores(as), que o fundamental contributo de cada um de nós para a democracia e liberdade se pode, e deve, revelar também na defesa de uma comunicação social sólida, dinâmica e livre, e não excessivamente dependente dos poderes públicos, nacionais ou locais, sobretudo no perigoso momento económico, político e social que o país, e o mundo, atravessam. Por isso, neste caso em particular, assinem, leiam e divulguem O Ilhavense, pois desta forma estarão também a honrar o seu passado e presente e a seguir e a alimentar o lema que a todos nos une: “Por Ílhavo”.

Publicado no jornal O Ilhavense de N.º1313 de 15 de novembro de 2022