Na época futebolística de 75/76, apesar de ter pouco mais do que o peso mínimo, mas algum jeito, passei, como se dizia nesse tempo, de júnior a sénior no Beira Mar.

Fernando Vaz. Foto de arquivo.

Ainda me lembro de toda aquela gente com quem lá privei, desde o roupeiro Arlindo e o Pedro tratador da relva, aos directores, adeptos e jogadores. Destes, dois deles: o Jerónimo, pelo natal, junto ao “João Padeiro” e o Arménio, pelo carnaval, na Costa Nova, em acidentes que não cabe aqui contar, partiram muito cedo desta vida.

Aquando da ocorrência desta última tragédia, naturalmente se preparou a nossa comparência em Avanca para o funeral do nosso companheiro, calhou-me ir de boleia com o treinador Fernando Vaz, que tinha chegado há meia dúzia de dias, para substituir o Frederico Passos, que começou a perder logo à primeira jornada, em casa com a CUF e não resistiu às sucessivas derrotas seguintes.

O Beira Mar ia em último e por isso o casapiano, como um dos melhores técnicos daquele tempo foi contratado para salvar o barco.

Lá fomos no seu Ford Capri verde azeitona. O homem não se calou durante toda a viagem. Ele falou de futebol, de cinema, de música, de teatro, de literatura, de política… e eu sei lá de que mais. Foi, pela ida e pelo regresso, uma das viagens inesquecíveis da minha vida.

Ao longo dos poucos meses que convivi com ele, notei que era, mais do que um treinador culto e inteligente, um formador, um professor que inspirava, era um homem muito à frente do seu tempo. Ele ficou a ser muito meu amigo e um dos meus Mestres que recordo com saudade.

Até que fomos cada um para seu lado. Como não havia os meios de comunicação que há hoje, perdemos naturalmente o contacto um com o outro.

Leia o artigo completo na edição em papel.

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