Mais do que um espetro que paira sobre o mundo, a eleição de Jair Messias Bolsonaro é mais uma peça que encaixa numa visão do mundo mais fechada, mais protecionista e mais agressiva em relação à diferença. Ainda assim, é uma peça mais perigosa do que as peças que já vemos um pouco por todo o espaço europeu e pelo mundo fora. Esta peça, vinda do campo militar e presente na política desde 1988, acumula todos os atributos dos protagonistas populistas que começam a substituir, pela força dos votos, os partidos políticos moderados e os responsáveis partidários defensores da democracia como a conhecemos desde abril: separação de poderes, multipartidarismo e eleições livres.

O posicionamento do agora presidente brasileiro durante a campanha eleitoral, é o pouco que sabemos da sua orientação ideológica e do que poderemos chamar de programa eleitoral. Se assim for, estamos perante mais um país do continente americano que embarcará numa perigosa viagem pelo populismo, carregado de retórica bélica, com o povo como destinatário de um messias salvador e carismático, mas que, perante a maior aproximação na palavra, levará a um maior afastamento na prática. Assim tem sido em países como a Venezuela, o Paraguai, os Estados Unidos da América, a Colômbia ou o Chile. Na Europa, os casos de Salvini em Itália, Orbán na Hungria ou o nacionalista Jaroslaw Kacynski, na Polónia, devem servir de preocupação.

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