AFONSO RÉ LAU

O problema é “existir apenas um acesso e todas as pessoas quererem levar o carrinho”, “As praias não têm estacionamento que comporte tantos automóveis” ou, simplesmente, “Caos”, são alguns dos comentários que invadiram o Facebook na segunda quinzena de agosto a propósito dos engarrafamentos à entrada e saída das praias da Costa Nova e da Barra.

Os dias de maior congestionamento terão sido 21 e 22 de agosto, dois dos mais quentes deste verão. Há testemunhos de trânsito lento durante mais de duas horas e filas que atravessavam toda a Costa Nova (até ao Parque de Campismo) e que, na A25, chegavam ao posto de abastecimento da Prio.

O veredito parece ser unânime. O novo nó rodoviário com passagem desnivelada, que substituiu a antiga rotunda, até pode ter melhorado os acessos e dado fluidez ao escoamento do tráfego em períodos de menor afluência, mas não veio resolver a principal causa do problema: a falta de lugares de estacionamento para a quantidade de carros que entra na Praia da Barra e na Costa Nova. “Chegamos mais rápido à Barra, mas depois não há estacionamento”, comenta um utilizador numa publicação alusiva ao tema no grupo “Ilhavenses e amigos à conversa” no Facebook. Outra utilizadora lamentava: “Praia da Barra e Costa Nova só em julho ou setembro. Agora [em agosto] é para esquecer”. “É preciso ter muita paciência e gostar muito de praia [para alguém se sujeitar a isto]”, desabafava outra utilizadora.

Para além dos engarrafamentos, há queixas de estacionamento abusivo (em terrenos privados, a ocupar passeios e lugares reservados a condutores com deficiência, a impedir o acesso a garagens ou a cobrir passadeiras para peões) e dúvidas quanto à capacidade de, em caso de necessidade, se cumprir um plano de evacuação naquelas condições.

“Para quem vive perto, a solução é a bicicleta”, diz uma utilizadora no grupo “Aveiro – A mais bela das Regiões”, também no Facebook. Muitos são os apelos à utilização da bicicleta como alternativa ao automóvel, lembrando a rede de ciclovias já existente no município.

No entanto, nas redes sociais, há sugestões para todos os gostos: há quem defenda limitar o acesso às praias a residentes, viaturas de emergência, forças de segurança e transporte de mercadorias e proponha a criação de bolsas de estacionamento a nascente da ponte, na Gafanha da Nazaré ou na Gafanha da Encarnação, que pudessem ser complementadas com transportes rodoviários ou fluviais; para outros, a solução está em cobrar pelo estacionamento automóvel a não-residentes na Costa Nova e na Barra; fala-se também da possibilidade de construção de nova ponte, mas todas as hipóteses quanto à localização parecem levantar problemas; há ainda quem sugira um metro de superfície que abrangesse os concelhos de Ílhavo e Aveiro e que pudesse transportar, coletivamente, as pessoas para as praias; e há quem, simplesmente, convide os automobilistas a mudar de praia, alegando que este problema não existe noutras estâncias da região.

Recorde-se que, principalmente no mês de agosto, para além de serem visitadas por portugueses, as praias da Barra e da Costa Nova recebem muitos emigrantes e estrangeiros. Por exemplo, são as praias mais próximas de Salamanca, em Espanha.

Segundo avança o Jornal de Notícias, a Câmara Municipal de Ílhavo tem em curso um projeto, em parceria com a Universidade de Aveiro, para instalar à entrada das praias um sistema de contagem, que irá contabilizar quantos automóveis lá entram, diariamente. Mas só deverá estar em funcionamento no próximo verão.

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