AFONSO RÉ LAU

A situação tem obrigado a um trabalho de atualização e acompanhamento constante, criando cada vez mais e novas respostas. Fernando Caçoilo, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, destaca as medidas já tomadas pela autarquia e restantes instituições concelhias – nalguns casos em ligação com as autoridades nacionais – para tentar travar a pandemia da Covid-19. “Estamos a fazer uma atualização diária da situação”, asseverou, sem deixar de lamentar que, nalguns casos, tenham de ser as autarquias “a substituir-se às autoridades de saúde”. 

“Tivemos uma atuação progressiva. Ainda de antes de ser decretado o estado de emergência no país, procedemos ao cancelamento de ações e eventos que aglomerassem pessoas. Desde os museus, bibliotecas, piscinas, tudo aquilo que de certa maneira juntava várias pessoas foi encerrado”, introduziu o edil, em entrevista a’O ILHAVENSE. “Da mesma forma, encerrámos os serviços centrais da Câmara Municipal, reduzindo os serviços internos ao mínimo, no âmbito do plano interno de contingência que, entretanto definimos”, acrescentou. 

Numa segunda fase, e reunida a Comissão Municipal de Proteção Civil, foi ativado o Plano Municipal de Emergência, com a implementação de medidas que vão desde “o acompanhamento e monitorização de pessoas que estejam em quarentena, a definição de salas de isolamento, dos meios humanos ativos e também meios materiais”, exemplificou Fernando Caçoilo. 

Foi também decidido criar “linhas de atendimento psicológico para quem está em casa e que possa precisar de apoio ou apenas de conversar”. Outra das notas de destaque deixadas pelo líder da autarquia prende-se com produção de viseiras de proteção para entregar às unidades de saúde e meios de socorro e com o apoio dado ao Centro de Saúde de Ílhavo para instalar o posto de triagem Covid-19 em Ílhavo. “Já está montado há mais de uma semana, mas ainda não tem testes”, lamentou. 

Requisitados alguns alojamentos

A esta altura, a autarquia também já tem preparados alguns espaços para poderem vir a acolher potenciais cidadãos infetados que não tenham condições para serem tratados em casa. “Requisitámos a antiga residencial da Galera, uma vez que tem quartos individuais, e também temos praticamente fechado com a Direção Regional de Agricultura vir a poder contar com o Centro de Formação da Colónia Agrícola, que também tem quartos individuais”, revelou o autarca. O objetivo, frisou, é que qualquer um destes espaços não venha a ser necessário. 

A situação de acompanhamento dos lares tem vindo a ser assumida como outra das grandes prioridades de atuação. Depois de confirmada a primeira vítima de Covid-19 em Ílhavo – uma utente do Lar de S. José -, Fernando Caçoilo apelou ao Ministério e à Direção-Geral da Saúde para uma disponibilização do maior número possível de testes nas Instituições, nomeadamente nos Lares, e na sociedade em geral.

Atuação das autoridades policiais

Em pleno estado de emergência, acentua-se a preocupação do presidente da Câmara Municipal relativamente à escassez de meios no posto da GNR de Ílhavo. “Se em condições normais há falta de elementos e de equipa, numa situação destas será bem pior”, lamentou. De qualquer das maneiras, Fernando Caçoilo entende que, “de uma forma geral, em Ílhavo, tem havido cuidado por parte dos cidadãos”. “Mesmo as poucas pessoas que andam na rua, nota-se que têm uma atitude diferente”, sublinhou, deixando o apelo a toda a população: “fiquem em casa e quando tiverem de sair, respeitem as normas. Se todos fizermos isso, estamos a contribuir para a redução do contágio”.

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