AFONSO RÉ LAU

Os utentes do Lar de São José, em Ílhavo, onde morreu uma idosa infetada com o novo coronavírus, já começaram a fazer o teste à covid-19, devendo o processo ficar concluído hoje, dia 2 de abril, informou fonte da instituição. “Ontem [quarta-feira, dia 1 de abril], ao fim da tarde, foram rastreados os nossos primeiros 20 utentes (…). O plano passa por no dia de hoje rastrear a totalidade dos nossos utentes e tudo indica que sexta-feira iniciaremos o rastreio nos nossos colaboradores”, disse o diretor técnico do lar, Luís Oliveira, numa nota publicada na página da instituição no Facebook.

O responsável agradece à médica do lar – Elsa Rocha – que, em estreita colaboração com o Centro Hospital do Baixo Vouga, tornou possível a realização deste rastreio. Na mesma nota, Luís Oliveira refere que os dois utentes que foram transportados para o Hospital de Aveiro, na terça e na quarta-feira, foram diagnosticados com covid-19. “Os dois utentes encontram-se internados no Centro Hospitalar do Baixo Vouga e estão estáveis”, adianta. Neste momento, permanecem no lar 54 utentes, a maioria dos quais com idades acima dos 80 anos. Destes, 11 estão em isolamento, como medida de prevenção.

Na quarta-feira, o presidente da Câmara de Ílhavo tinha apelado diretamente à ministra da Saúde, Marta Temido, para que fosse possível efetuar “rápida e urgentemente” todos os testes necessários, “procurando-se evitar que a doença alastre e procurando salvar vidas”, independentemente de, naquela altura, a direção do lar já ter tomado as precauções de isolamento dos utentes com sintomas. “Um grito de alerta face ao sentimento de impotência que nos assola diariamente, pela falta de meios ou pela falta de resposta por parte das autoridades de saúde com competência e responsabilidade para liderar este processo”, confessava o edil.

A primeira vítima mortal do lar foi uma mulher de 85 anos que morreu na madrugada de terça-feira, depois de ter sido transportada para o Hospital de Aveiro onde lhe foi diagnosticada a covid-19. Na segunda-feira, um grupo de funcionários entrou no lar para realizar um isolamento de 14 dias, com vista a minimizar a entrada do vírus na Instituição. Internamente, e depois de confirmado o primeiro caso, procedeu-se à implementação de várias medidas definidas no plano de contingência, incluindo a “criação de circuitos externos que permitem que a cozinha e a lavandaria continuem a trabalhar, sem contacto com os colaboradores e utentes que se encontram dentro das instalações e o alargamento da área de isolamento para 15 utentes”.

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