A Câmara Municipal de Aveiro (CMA) apresentou na semana passada a programação de Aveiro, Capital Portuguesa da Cultura 2024. O presidente da Câmara, José Ribau Esteves, e o coordenador de Aveiro 2024, José Pina, deram a conhecer os momentos-chave do próximo ano, bem como o programa do primeiro trimestre. Tendo como mote ‘O ano como palco. Um cenário infinito’, Aveiro 2024 tem por objetivo confirmar Aveiro como um lugar de cultura, de criação e de apresentação artística, propondo um calendário intenso de atividades nas mais diversas áreas.

«Aveiro, Capital Portuguesa da Cultura 2024 é uma aposta da CMA, na divulgação da cultura portuguesa nas suas diversas dimensões. Este evento irá promover a nossa identidade enquanto Povo ligado ao Mar e à Ria de Aveiro, a importância da democracia como pilar fundamental, a sustentabilidade como marca da nossa história – que está intimamente ligada ao mar – e, por fim, a tecnologia como expoente máximo da nossa capacidade de inovação», afirma José Ribau Esteves.

Para o autarca, é uma «honra» Aveiro ser a primeira Capital Portuguesa da Cultura: «Seremos o ponto de encontro da cultura em Portugal no próximo ano e aguardamos a visita de todos para comemorarem connosco a cultura e a identidade portuguesa, presente em todo o Mundo.»

A estratégia de Aveiro 2024 foi pensada na interligação da cultura com desafios do mundo de hoje, materializados em quatro temas ao longo dos trimestres. O ano começa com o tema Cultura e Identidade, seguindo-se Cultura e Democracia, ficando para os seguintes trimestres os temas Cultura e Sustentabilidade e Cultura e Tecnologia.

«No primeiro trimestre vamos abordar o reconhecimento da individualidade e da diversidade, no âmbito da Cultura e Identidade. No seguinte, o foco será a democracia como valor fundamental do desenvolvimento coletivo. No terceiro trimestre iremos debruçar-nos sobre a sustentabilidade e os desafios da sobrevivência no plano ambiental e social e nos últimos três meses de 2024 será abordado o papel da tecnologia como ferramenta para a inovação mas também como símbolo de inquietação social», explica José Pina, coordenador geral do projeto.

Sete áreas como espinha dorsal de Aveiro 2024

Os temas de cada trimestre serão abordados a partir de sete linhas de programação, cada uma com conteúdos criados à medida de Aveiro 2024. Artes Performativas, Exposições, Cinema, Literatura, Espaço Público, Gastronomia e Pensamento são as áreas que formam a espinha dorsal da programação de Aveiro 2024, com um conjunto de encomendas pensadas para cada um dos temas trimestrais.

Nas Artes Performativas, o tema Cultura e Identidade será abordado no espetáculo ‘Pieris Napi’, dos Papillons d’Éternité (Tânia Carvalho e Matthieu Ehrlacher), que envolve o Grupo Folclórico da Casa do Povo de Cacia. Já o tema Cultura e Democracia será assumido por Marcos Barbosa, num espetáculo intitulado ‘Código Postal’ com intervenientes de várias geografias. Para a Cultura e Sustentabilidade haverá uma proposta a juntar Né Barros, João Martinho Moura, os Fahr 021.3 e Vivien Ingrams, que tem por título ‘Gravidade’. Por fim, a Cultura e Tecnologia será abordada por Yola Pinto e Simão Costa no seu novo espetáculo ‘O Meu Corpo Não é Só Uma Instância’.

Na área expositiva, o ano arranca com ‘Sal de Aveiro, Sal do Mundo’, uma proposta que aborda um ícone da região. Para o segundo trimestre, em que se assinalam os 50 anos do 25 de abril, está marcada a exposição ‘O Exercício da Liberdade – Obras da Coleção de Serralves’, com curadoria de Joana Valsassina. No trimestre da Cultura e Sustentabilidade terá lugar a exposição ‘Imaginário Coletivo: Obras da Coleção de Arte Contemporânea do Estado’, com curadoria de Sandra Vieira Jürgens, e os meses da Cultura e Tecnologia serão preenchidos por uma instalação multimédia encomendada a Vicki Bennett (People Like Us).

Na área do Cinema, cada um dos trimestres contará com uma curta-metragem realizada para Aveiro 2024 e pensada para responder aos temas trimestrais. A sequência começa com ‘Noites de Cinema’, de Luís Diogo, seguindo-se ‘Experimenta Música’, de António Costa Valente, ‘Por Detrás da Porta’, de Ana Carolina d’Antas, e ‘Aqui | Here em Aveiro’, de Joaquim Pavão. Em cada uma destas sessões serão ainda exibidos filmes históricos relacionados com os temas de cada trimestre, numa parceria com a Cinemateca Portuguesa.

Na Literatura, a primeira ação do ano faz-se com ‘Jantares Queirosianos’, em parceria com a Fundação Eça de Queiroz e com o chef Rui Paula. Os trimestres seguintes contarão com os eventos ‘Laboratório: a edição alternativa’, ‘Pela Estrada Fascinante: Ilustração’ e, por fim, ‘Biblioteca Digital’,  com Gonçalo M. Tavares.

Na área de Espaço Público serão apresentados os espetáculos ‘A Terceira Vida da Argila: Canções da Boca de Barro’, de Jorge Louraço Figueira, e ‘Mercado das Madrugadas’, de Patrícia Portela, no primeiro e segundo trimestre respetivamente. ‘Derivas nos Canais’, da CiRcoLando – Central Elétrica, será dado a conhecer no terceiro trimestre e, no final do ano, será apresentado um espetáculo da companhia Theater Titanick.

A área da Gastronomia será inteiramente preenchida pelo projeto Viveiro, com curadoria de Rafael Tonon, que contará com convidados especiais todos os trimestres e um conjunto de ações em diálogo com os temas trimestrais. O convidado do primeiro trimestre será o chef Ricardo Costa.

A área do Pensamento será composta por quatro conferências, que irão abordar os temas trimestrais a partir de diversas perspetivas. A conferência do primeiro trimestre, sobre Cultura e Identidade, contará com Armando Punzo (Leão de Ouro de Carreira na Bienal de Teatro de Veneza 2023), o cineasta Marco Martins e o encenador João Garcia Miguel, entre outros convidados.