Foto: José Pereira

Um grupo de investigação da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu e caracterizou novos derivados de clorofila que «demonstraram resultados muito promissores» em ensaios experimentais de terapia fotodinâmica, tanto em cancro da mama triplo negativo como em outros tipos de cancro, incluindo o cancro do pâncreas.

Amparo Faustino, professora do Departamento de Química, explica que «a aplicação de derivados de clorofila (extraídos a partir de fontes naturais) como agentes terapêuticos em terapia fotodinâmica permite não só utilizar recursos disponíveis de forma sustentável, como minimizar efeitos indesejáveis. Além disso, os compostos absorvem radiação na região do vermelho do espectro de visível, onde a luz penetra melhor os tecidos, facilitando a ativação dos derivados de clorofila presentes nas células tumorais».

«A utilização destes compostos em terapia fotodinâmica do cancro de mama triplo negativo representa uma solução promissora para suprir a falta de abordagens terapêuticas eficazes e seguras para os pacientes. Este tratamento é minimamente invasivo, e atua apenas na área iluminada, sendo uma alternativa viável quando outras terapias falham, especialmente em casos de resistência aos tratamentos convencionais», afirma.

Esta tecnologia foi desenvolvida no âmbito do doutoramento de Cristina Dias, cuja tese será defendida em breve na UA, e envolveu três grupos de investigação com conhecimentos complementares.