Brasil, São Paulo, SP. Repressão militar contra estudantes. - Crédito:ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:6025

Era tão mais fácil não ter nascido mulher! Só vantagens: livrava-me do acne, das dores menstruais, da celulite, das estrias, dos sacos de café pendurados, das rugas, sim das rugas que resistem a todos os cremes e botox e especialmente desta sensibilidade feminina que irmanada com o sexto sentido faz com que a vida não seja só rosas como a Santa levava no regaço.

Imagino-me avestruz daquelas altonas a olhar por cima da asa e acho que seria uma sortuda. Violência doméstica, trabalho dentro e fora do lar, traições masculinas, femininas, desigualdades no salário, na liberdade, nada disso me afetaria. Metia a cabeça na areia e pronto…

Refugiados, presos políticos, assassínios à conta de xenofobias, homofobias, posições antagónicas de credos ou religiões e… cabeça na areia. Pronto.

Ditaduras de esquerda, de direita, de lobos mascarados de bonzinhos, de atropelos à dignidade humana, não me incomodariam mesmo nada. Cabeça na areia e pronto.

Hoje mesmo, nos écrans da televisão, esqueletos vivos à míngua de alimento, olhares incrédulos à míngua de um acto solidário, multidões a andar sem destino à míngua de um destino qualquer, não me angustiariam. Cabeça na areia e “não é nada comigo, não é nada comigo”!

Leia o artigo comlpeto na edição em papel.

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