Vi recentemente um filme que retrata o dia 22 de julho de 2011, data em que um norueguês matou 76 pessoas, entre a bomba que fez deflagrar perto do gabinete do primeiro-ministro, e o ataque à ilha de Utoya, onde, empunhando uma arma, matou jovens militantes trabalhistas, que se encontravam num retiro para aprofundar as suas convicções políticas, uma espécie de “universidade de verão”. Aquele que foi catalogado pelas autoridades – e pelo mundo em geral – como membro da extrema-direita norueguesa, chama-se Anders Behring Breivik.

A película revela ao pormenor o antes e o depois do que foi aquele atentado definido pelas autoridades como terrorista. O durante é uma obra de arte repleta de terror, desespero, medo e aflição. Ainda assim, é de realçar como uma sociedade das mais progressistas do mundo, das mais civilizadas, e perante o ato hediondo que foi o assassínio de jovens inocentes indefesos, não vacilou no tratamento civilizado que deu a alguém que, noutro espaço do planeta, teria tido outra sorte. Uma sorte igual à que concedeu a 76 pessoas que perderam a vida.

Depois de detido pelas autoridades, Breivik não apresentou qualquer resistência. A sua «ação direta» tinha sido concluída, e a «elite traidora» tinha recebido a primeira lição. Esta elite englobava o advogado que escolheu, membro ativo dos trabalhistas – no poder na altura – mas que desvalorizou quando por ele confrontado com essa condição já que, disse o acusado, isso não seria relevante, pois quem estaria a defender, seria mais importante do que a sua condição de militante do partido do governo. Nada como adaptar princípios. E o causídico, considerando que todos têm direito à defesa, levou-a até ao fim. E no fim, não o cumprimentou.

O primeiro interrogatório dirigido pela polícia, já em plena cidade de Oslo. O espaço, repleto de paredes claras e poltronas para os investigadores e para os investigados, é bem mais convidativo do que outros que estamos habituados a ver. Depois, a primeira pergunta que colocam ao alegado terrorista não deixa de ser curiosa e, acrescento eu, própria de uma sociedade avançada…

Leia o artigo completo na edição em papel.

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