O caso judicial que envolve um antigo primeiro-ministro – José Sócrates – voltou a ocupar vastos espaços da opinião pública e publicada, fazendo capa em muitos jornais, abrindo os noticiários televisivos e levando muitos responsáveis políticos a fazer intervenções, maioritariamente discordando das posições que sempre assumiu desde que foi detido. Ao fim de quase quatro anos após a sua detenção, Sócrates tem tentado fazer a sua defesa. O Ministério Público mantém a acusação e os tribunais têm apreciado recursos vários, na sua maioria discordando das posições do principal arguido da Operação Marquês. Portanto, tudo normal.

E estando tudo normal, não significa que tudo esteja como sempre esteve. A admissão de culpa de Sócrates em relação aos empréstimos de um amigo cujas empresas tinham negócios com o Estado, através de pedidos cifrados ao telefone, que os interrogatórios tornados públicos permitiram ver, é uma das novidades. As queixas do motorista de que receberia 500€ por mês da sua entidade patronal – José Sócrates – não deixam de ser estranhas quando essa entidade era um socialista que já teve as mais altas responsabilidades executivas do país. Não há como não fazer uma apreciação ética e moral de ambos os episódios. Nisso, António Arnaut foi cristalino na análise que fez às ações do antigo primeiro-ministro. As questões éticas e morais sobrepõem-se aos processos judiciais e ao plano político.

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