A Freguesia de São Salvador assina, nos dias 18 19 de maio, um acordo de geminação com a Fuseta, unindo assim duas localidades piscatórias com muitas afinidades. João Campolargo fala sobre a importância deste ato e de outras atividades da Junta

 

Como é que surgiu a ideia de celebrar este acordo entre as freguesias de São Salvador e da Fuseta?

Esta proposta surge de uma visita que fizemos à Fuseta, em 2017, aquando da apresentação do livro sobre o afundamento do Maria da Glória, do professor Licínio Amador. Fomos lá e conhecemos pessoas maravilhosas e logo ficou a ideia, quando vi a estátua que eles têm de homenagem ao pescador do bacalhau, de termos qualquer coisa com esta gente que tanto diz a Ílhavo.

Ficou a ideia de programarmos uma viagem, porque muitos deles têm o grande desejo de conhecer o Museu Marítimo de Ílhavo. Na altura, eu e o Manuel Carlos ainda não sabíamos se íamos ser eleitos, estávamos em período pré-eleitoral mas ficámos com este desejo. Apareceu o João Fernando, de Leiria, que colaborou connosco diretamente, e preparámos tudo isto para acontecer em 2019.

A geminação será um ato simples. Vai acontecer na Junta de Freguesia, no dia 18, às 17h00. Pressupõe uma marca numa peça de betão, que irá indicar a data de geminação. Mas o programa começa bem cedo e prevê outras iniciativas. Eles vão sair às 4h00 da Fuseta, chegam aqui cerca das 12h30 e pedimos à associação Aquém Renasce para organizar os almoços e jantares para os elementos da comitiva. Portanto, eles chegam e vão ter um prato de carne acompanhado de uma chora – a lembrar aquilo que era a alimentação a bordo – e, à noite, vão ter um prato de bacalhau. Paralelamente a isto tudo, terão a visita ao museu, entre as 14h30 e as 17h00. À noite, participarão na gala da junta de freguesia.

No segundo dia, serão convidados a visitar a Vista Alegre e acreditamos que também haverá a possibilidade de quem quiser ir conhecer as nossas praias. Antes de a comitiva iniciar a viagem de regresso, queremos servir um almoço no Parque de Merendas da Vista Alegre. Pelo meio, teremos também umas provas de folar de Vale de Ílhavo tão caraterístico da nossa zona e marca identitária da nossa cultura.

 

Vai ser assinado um documento entre as duas entidades?

Sim. Um acordo que pressupõe que, no dia 22 de junho, incluído nas grandes festas da Fuseta, Ílhavo retribua a visita. Teremos uma comitiva, na qual incluímos, logo numa primeira fase, os Amigos do Museu de Ílhavo. E já temos seis a sete pessoas inscritas para essa viagem, sendo que existe essa condição, nas inscrições, que quem participa tenha andado, de facto, ao mar. Ou seja, não é uma viagem turística. Na Fuseta, vamos ficar em Moncarapacho e, depois, faremos uma volta pelas rias e praia daquela zona. Faremos, da parte da tarde, a geminação e, à noite, estaremos num arraial festivo. No segundo dia, teremos uma visita a marinhas e a pisciculturas, seguido de um almoço antes de iniciar a viagem de regresso.

 

É importante que estas duas comunidades se reaproximem atendendo a que têm esta história em comum?

É muito importante e já conseguimos verificar isso pela reação das pessoas que se inscreveram. Muitos homens estiveram ligados pela faina, estabelecendo, também, verdadeiras amizades. Alguns deles, não teriam, de outra forma, possibilidade de se deslocar a Ílhavo ou à Fuseta. E isso já está comprovado pela quantidade de inscrições. Da Fuseta só vêm dois autocarros, mas haveria espaço para três ou quatro, dada a quantidade de interessados.

 

(Ler na íntegra na edição em papel)

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