Terminado o Campeonato Nacional da 2ª Divisão de Clubes Zona Norte, “Os Ílhavo” sagraram-se Campeão Nacional de Clubes em pesca desportiva de Mar/Fundo, também conhecido por surfcasting.
Com um total de 117 capturas e 16 mil e 743 pontos, nas seis provas realizadas nas praias de Quiaios, Vila Praia de Âncora e Figueira da Foz, a formação ilhavense foi a mais regular das catorze participantes.
O pódio ficou completo por duas equipas igualmente filiadas na Associação Regional de Pesca Desportiva de Aveiro e Beira Litoral – o Clube Pesca Pedreira dos Húngaros, da Tocha, que foi vice-campeão, e o Domus Nostra, de Mira, que arrecadou o terceiro lugar.
São oito os Campeões
A secção de Pesca d’“Os Ílhavos” é composta 21 atletas, sendo catorze federados. Destes, oito foram os campeões: Paulo Cruz, José Neves, Diogo Sousa, Hélder Martins, Daniel Campos, Florindo Oliveira, Ramiro Matos e Célio Cajeira.
“Foram oito, mas podiam ter sido todos, pois temos muitos bons pescadores, porém, tivemos que proceder a uma seleção o que me deixa sempre desconfortável. No entanto, os critérios são entendidos por todos”, disse Célio Cajeira, responsável pela secção e vice presidente da direção do clube. “A época correu muito bem e na última prova só necessitávamos de um 7º lugar para voltar à Primeira Divisão, onde já estivemos”, acrescentou.
Ser o melhor entre tantos. Há segredos?
“Tudo começa com o sorteio do pesqueiro. Pode-se ter sorte de calhar onde ande o peixe, como se pode ter o azar do vizinho conseguir tirar peixe e nós, que estamos ao lado, não conseguirmos tirar nada. A altura da água, a composição do fundo, o tipo de anzol, a forma como se isca, as linhas que usamos, são sempre variáveis que influenciam a captura. E é aqui que entra a experiência do pescador. Saber ler e interpretar os sinais que o mar dá.”
O mar dá… o mar recebe
Sargo, dourada, tainha, robalo, pregado, baila, linguado e ruivos são as espécies mais comuns na zona norte. “Às vezes, em competição, até uma lacraia pode dar a vitória numa prova!”.
Com tamanha variedade de peixe, pensa-se em caldeirada, no entanto, “nós praticamos ‘pesca e solta’, o que significa que todo o peixe é devolvido à água, com o mínimo de dano”. E se, por acaso, o peixe morrer? “Não é devolvido, caso esteja em condições de consumo, é entregue a uma instituição de solidariedade social.”
Como vai ser a próxima época?
“Vai ser muito complicada. Serão realizadas provas no norte, Alentejo e Algarve. Desta forma, tenta-se fazer com que os clubes tenham praticamente os mesmos custos nas deslocações e alojamento. Mas existem equipas fortíssimas, muito experientes e que conhecem bem o mar do sul do país. De qualquer forma, o objetivo é a manutenção na primeira divisão”, remata Célio Cajeira.