A ilhavense Maria Fradinho tem visto alguns dos seus projetos de arquitetura serem reconhecidos dentro e fora de fronteiras. Diz-se arquiteta por paixão.

Tem 35 anos, é natural de Ílhavo e lidera o gabinete de arquitetura Frari Arquitecture Network. Arquiteta por paixão, foi na sua terra natal que desenvolveu o mais importante de todos os seus projetos: a Casa do Arco, situada na Vista Alegre e amplamente referenciada em revistas da especialidade.

Quem é a Maria Fradinho?

Sou filha de um casal típico da cidade de Ílhavo – mãe, pintora cerâmica da Fábrica da Vista Alegre e pai, marítimo. Sinto-me, por isso, profundamente enraizada com a cultura local. Viajei cedo para fora do concelho, para me formar em arquitetura e apenas regressei em 2011, já depois de ter vivido noutros locais, dentro e fora do país.

Gosto da natureza, gosto de navegar, e gosto de viajar e experimentar diferentes culturas.

Sou extremamente social, mas preservo sempre tempo para estar sozinha.

Porque decidiu tirar o curso de arquitetura?

Desde cedo que me interessam os espaços, o que têm, como são e como se vive neles. Não tenho familiares na área por isso, apenas no secundário, percebi que o que me motivava se chamava arquitetura. Inscrevi-me no curso, por paixão.

Aliás, se não fosse por paixão, eu não seguiria sendo arquiteta, porque é uma profissão extremamente exigente, a todos os níveis, e muito pouco reconhecida e valorizada em Portugal.

Onde estudou?

Eu formei-me no Porto, na Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade Lusíada. Tive bastante sorte porque, nessa altura, o corpo docente estava composto por um forte núcleo de arquitetos do Porto, que se destacam pelo trabalho de qualidade que têm desenvolvido. Tenho a certeza que o bom desempenho que eu e muitos outros colegas meus contemporâneos temos tido, se deve a essa “escola” que ali existiu, naquela altura.

O projecto da Casa do Arco, na Vista Alegre, foi, até aqui, o mais especial de todos?

Sim. Este é, sem dúvida, o mais especial. Afinal de contas, é o meu lar!

Para além disso, e apesar de me envolver emocionalmente em todos os projetos, concordo que esta seja a minha melhor obra, até agora.

Acredito que se deve ao facto de ser fiel ao projeto que lhe deu origem. Nem sempre isso é possível porque, infelizmente, algumas obras são adulteradas por opção dos clientes, o que inevitavelmente as desvitaliza e prejudica.