Nunca mais me esqueço, chovia que Deus a dava e chegava encharcadinho ao Bananeiro. Só não me lembro porque é que nesse dia fui apanhar a camioneta ao Bananeiro, penso que o fazia sempre que ia à sede do Beira Mar, devia ser o caso. A camioneta do Charlim, tinha já ao volante o Ti Zé do mesmo nome e preparava-se para arrancar… e arrancou. Apanhei-a por um triz.
O ti João Tuna começou imediatamente a sua função zelosa de cobrador. A viatura de vez em quando, soluçava e ia deixando atrás de si um autêntico manto de fumo preto… quem olhasse para a retaguarda não enxergava um palmo à frente dos olhos. Essa camioneta da carreira, era a mais antiga, penso eu, seria hoje uma relíquia: uma escada traseira de acesso ao tejadilho para levar as bagagens dos utentes, tinha um focinho adiantado quase dois metros do para brisas e pintadas longitudinalmente (dizem que pelo Ruão, grande artista e pintor de automóveis do Neves & Capote) em ambas as laterais: “Correia, Charlim & Vinagre”… houve quem a baptizasse de “Doninha”…
De soluço em soluço lá chegamos ao Parque Infante D. Pedro… ainda chuviscava… e aí entraram o Tourega, o Lebre, o Serrão, o Grego… e “tutti quanti” na EICA e no Liceu por lá andavam.
Ao arrancar a Doninha – já velhinha – deu um solavanco e apagou-se… o Ti Zé Charlim bem que insistia no arranque mas ela “moita carrasco”… nada.
Leia o artigo completo na edição em papel.