A revolução trouxe inúmeros ganhos ao país. De todos eles, a liberdade talvez tenha sido o mais importante e aquele pelo qual mais o povo ambicionava. No campo das liberdades, a necessidade fundamental de se dar a opinião – a opinião singela, sem qualquer conotação política ou ideológica – seria aquilo que mais portugueses, de todas as classes sociais, desejavam de mais elementar direito. E tinham razão. Aprisionar a opinião é aprisionar o próprio ser humano. É fazer dele um meio para um fim que ignora a sua natureza. Portugal assistiu a esta prisão durante perto de meio século.

Mas se a restituição das liberdades foi um ganho imediato, as grandes conquistas de um país recentemente democrático, têm obrigatoriamente de ser adquiridas ao longo de muitos anos. E essas grandes conquistas, mais do que a criação de legislação, passam fundamentalmente pelas grandes questões da cidadania e do desenvolvimento.

Cidadania no sentido em que, depois de uma ditadura de 48 anos, é natural que uma certa reeducação tenha de ser aprendida e apreendida pela sua população, a começar nas gerações que viveram o fascismo e ainda mais as que, nascendo já depois de 25 de abril de 1974, não sofreram as agruras – e as suas consequências – do período anterior. Tal como a cidadania, o desenvolvimento.

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