Foram muitas as notas de condolências endereçadas, nas duas últimas semanas, ao nosso jornal, lamento o desaparecimento do antigo diretor d’O Ilhavense, José Manuel Torrão Sacramento. Há um agradecimento que lhe é devido pela luta que travou em defesa da manutenção deste título que está prestes a completar 98 anos de existência. Com essa certeza: mais do que palavras, a melhor homenagem que podemos prestar a Torrão Sacramento requer empenho. Sim. Empenho na concretização do seu sonho (e que agora é também o meu) de levar O Ilhavense até ao centenário.
Se é verdade que a caminhada rumo a 2021 já era o foco da equipa que em abril deste ano decidiu relançar o jornal, agora tornou-se uma missão. Urge homenagear quem trabalhou e lutou tanto pelo jornal, mantendo-se fiel ao lema de ontem e de hoje: “Por Ílhavo”.
Recordarei para sempre, e de uma forma muito especial, a alegria manifestada por Torrão Sacramento quando percebeu que, afinal, O Ilhavense iria voltar a ser publicado. Após alguns meses de interregno, o que parecia impossível – aparecer alguém (neste caso, várias pessoas) com uma proposta que tornasse viável o relançamento do jornal – foi possível.
Percebi, no seu olhar e nas suas palavras, a felicidade de quem acaba de constatar que valeu a pena o esforço. Um certo alívio, também, dada a responsabilidade que sentia, conforme me confessou, em manter o compromisso que havia assumido perante o pai. Imagens e expressões que ficaram gravadas na minha memória e que me levam a sentir, mais do que nunca, a responsabilidade de guiar O Ilhavense até ao centenário.
E também mais do que nunca gostava que esta missão envolvesse cada vez mais pessoas. Que mais ilhavenses se possam juntar a nós, ajudando a concretizar o sonho do centenário. Ílhavo continua a merecer um jornal livre e independente, capaz de dar nota do pulsar do município e dos feitos das suas gentes. Das que vivem aqui e das que estão noutros pontos do país ou do mundo, como é o caso dos dois ilhavenses que destacamos nesta edição: o capitão de fragata Rui Filipe, que acaba de tomar posse como novo capitão do Porto de Sines, e jovem Cristiana Lopes, da Gafanha da Nazaré, autora de um livro que aborda a nova diáspora dos portugueses.
São mais dois exemplos de vida que nos devem encher de orgulho e que vêm juntar-se ao notável leque de ilhavenses que têm vindo a ser notícia nas nossas páginas, nas últimas edições.
Nesta edição, também olhamos, entre outras notícias, para a Festa de Nossa Senhora da Saúde, da Costa Nova, bem como para a Festa dos Bacalhoeiros e o Festival Cabelos Brancos.
Boas leituras.