As sociedades tendem a conhecer alterações sempre que estão perante momentos de decisão em relação ao futuro. Perante alternativas diversas, sejam elas ideológicas, pragmáticas ou, simplesmente, fruto da passagem do tempo, a organização que temos dos poderes legislativo e executivo, tendem a adaptar-se à realidade que, em última instância e de forma muitas vezes amarga, acaba por nos confrontar. Muitos têm sido os exemplos que temos sobre este processo.

Tantas vezes devido à luta de massas, à revolta popular ou à perceção dos responsáveis políticos de que alguma coisa deverá mudar, a antecipação de soluções para problemas (económicos, políticos, de legitimidade democrática) que se veem no horizonte é uma parte do caminho necessário para evitar a implosão, a debandada e a confrontação entre governos e governados. No entanto, nem sempre tal é possível.

Na Nicarágua, Ortega não terá dado suficiente atenção aos sinais, e tem neste momento um país a arder. O mote que levou já à morte de mais de 300 pessoas, teve lugar em abril último, depois de Daniel Ortega ter dado a conhecer a reforma da Segurança Social. A proposta, assente em cortes presentes e futuros nas prestações sociais, para além do aumento das comparticipações de trabalhadores e empregadores – aquilo que conhecemos por austeridade – acabou por cair, mas os protestos que levantou mantiveram-se e intensificaram-se, colocando em causa a governabilidade do país.

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