Maria José Santana (Diretora d'O Ilhavense)

De repente, tudo mudou. O coronavírus deixou de ser aquela ameaça que afetava apenas os outros, lá longe, noutros países. Passou a estar aqui, ao nosso lado, em espetáculos promovidos na nossa terra. Instalou-se o receio entre nós, não obstante os avisos para mantermos a calma. Especulou-se muito sobre o cidadão infetado que esteve nas iniciativas do Palheta, quando o mais importante era seguir os conselhos das autoridades de saúde. A ameaça era evidente e exigiu a tomada de medidas excecionais. 

Vivemos tempos de incerteza perante a pandemia do coronavírus, na certeza de que esta é uma batalha que tem de ser travada por todos. Temos de estar conscientes da gravidade da situação e perceber que evitar o contágio é mesmo o melhor remédio. O Governo tem vindo a tomar medidas e as entidades locais também. Foram suspensos todos os eventos públicos e impostas algumas limitações no acesso a lares, centros comerciais e restaurantes. 

E ainda que alguém ouse dizer-lhe que as medidas são exageradas, não vá na cantiga. É sempre muito melhor chegarmos à conclusão que os procedimentos foram excessivos, do que o contrário. Resguarde-se e siga à risca as recomendações das autoridades, sem entrar em alarmismos ou pânico. É preciso manter a calma nestes tempos de incerteza, respeitando os outros, os que vivem na porta ao lado ou a quilómetros de distância. 

Não sendo profissional de saúde, há algumas regras que me parecem ser essenciais e que passei a cumprir escrupulosamente: não contribuir de todo para esse cenário de corrida aos hipermercados, evitar os cumprimentos com contacto físico, higienizar as mãos com frequência e respeitar uma distância de segurança em relação às outras pessoas. 

A edição de 15 de março de 2020 foi quase toda preparada em modo teletrabalho. Por prevenção, apenas. Assim que o cenário se agudizou, optámos por ficar, na medida do possível, a trabalhar a partir de casa, aproveitando as facilidades das novas tecnologias. 

Neste momento em que lhe escrevo ainda não sei se vai correr tudo bem com esta edição feita à distância, mas, até aqui, a experiência até que tem sido positiva. Sabemos que nem todos os profissionais podem optar pelo teletrabalho, até pela natureza da sua atividade profissional, mas se parte da população ficar em casa já se reduz o risco de contágio. 

Seja qual for o seu caso, tome medidas preventivas, sem esquecer de contactar com regularidade os familiares, os conhecidos e os vizinhos. Em especial os mais velhos e os que estão incluídos nos grupos de risco. Pergunte-lhes se precisam de algo, ofereça-se para ir às compras por eles, leve-lhes meia dúzia de laranjas e uns ovos das galinhas lá de casa. Acima de tudo, cultive o espírito de entreajuda. 

Se é verdade que podemos sempre retirar lições de um momento de crise, a desta pandemia bem que pode estar num regresso às origens.

Boas leituras.

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