Maria José Santana (Diretora d'O Ilhavense)

Quarta-feira, 29 de abril de 2020. À hora de fecho desta edição, governo e autarquias preparam as medidas para o fim do confinamento, que serão aprovadas em conselho de ministros. Ainda se aguardam decisões e anúncios oficiais, mas há algo que já é dado como praticamente certo: vamos poder começar a regressar, lentamente, à normalidade. Com várias regras e cuidados, é um facto, mas retomando as nossas rotinas e atividades. 

No momento em que escrevo este texto, a Junta de Freguesia de São Salvador está já a preparar a reabertura dos cemitérios (Ílhavo e Vale de Ílhavo) e do Mercado Municipal, a partir de dia 4, respeitando as diretivas nacionais e locais. Uma das regras passará pelo uso obrigatório de máscaras, em qualquer um daqueles equipamentos, juntamente com o respeito pelo distanciamento social. 

É importante que tenhamos consciência do esforço que fizemos nas últimas semanas – quase dois meses de confinamento – para não deitarmos tudo a perder a partir do dia 4. Que não se entenda o fim do estado de emergência “como qualquer facilitismo”, reparou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Está nas nossas mãos continuar a travar esta batalha sem sobressaltos, cumprindo à risca os conselhos das autoridades. 

Pela nossa parte, mantemos a nossa determinação em continuar a levar a informação até aos nossos leitores, ainda que o momento atual seja particularmente difícil para a comunicação social local, subsetor no qual nos incluímos. Vivemos um momento periclitante, mas temos consciência de que, mais do que nunca, o nosso trabalho é fundamental. 

Nesta edição, damos nota das comemorações do 25 de abril no nosso município, este ano em formato completamente diferente daquele a que estávamos habituados. Também olhamos com especial atenção para a cultura e para as artes, nomeadamente através da entrevista a Nuno Sacramento, um ilhavense que seguiu as pisadas do pai, José Sacramento, no mundo das artes plásticas. E com as belas imagens que lhe apresentamos: um mural que homenageia as mulheres que trabalhavam nas antigas secas de bacalhau e que está já a embelezar o viaduto que dá acesso ao Cais dos Bacalhoeiros. Fica situado na Gafanha da Nazaré, que acaba de festejar o seu 19.º aniversário enquanto cidade. Este ano, não houve festa, mas a esperança de que 2021 fique marcado por uma celebração à altura é grande.

No fundo é também a isso que todos nós nos agarramos. À esperança de que o futuro nos traga de volta aquilo que deixámos de ter durante esta crise. 

Boas leituras!

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